As maiores empresas de construção do País ampliaram os lançamentos em junho, mas tiveram recuo nas vendas, de acordo com pesquisa divulgada hoje pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Os lançamentos de imóveis em junho subiram 8,4% ante mesmo mês do ano passado, totalizando 19.258 unidades. Já as vendas líquidas caíram 21,3% no mesmo período, para 11.121 unidades.
Os cancelamentos de vendas tiveram alta nominal, acompanhando a expansão do mercado como um todo, mas encolheram em termos proporcionais. Em junho, os distratos subiram 1,5% na mesma base de comparação anual, para 1.324 unidades. Por outro lado, os distratos representaram apenas 10,6% das vendas totais, o menor índice da série.
O estoque de imóveis à venda no fim de junho (unidades na planta, em obras e recém-construídos) cresceu 4,1% em um ano, alcançando 138.426 unidades. Considerando o ritmo atual das vendas, seriam necessários 10,2 meses para escoar todo esse estoque.
O levantamento da Abrainc e Fipe abrange 18 das maiores incorporadoras do País, com atuação em vários Estados, e maior concentração na região Sudeste.
Acumulado do ano
Na comparação entre o primeiro semestre de 2022 com o mesmo intervalo de 2021, os lançamentos subiram 2,6%, para 62.414 unidades. No mesmo período, as vendas líquidas aumentaram 18,2%, para 77.687 unidades.
Os distratos atingiram 9.968 unidades, uma expansão de 15,7% no primeiro semestre. Em termos relativos, os distratos representaram 11,4% das vendas totais, recuo de 0,2 pontos porcentuais.
No Casa Verde e Amarela (CVA), as vendas líquidas caíram 33,0% em junho, enquanto os lançamentos encolheram 9,4% - ambos na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do primeiro semestre de 2022, as vendas líquidas no CVA aumentaram 1,1%, e os lançamentos diminuíram 5,1% - ambos na comparação com o primeiro semestre de 2021.
O presidente da Abrainc, Luiz França, disse que a retração já era esperada porque houve um aumento nos custos de construção, o que foi repassado para o preço final das moradias, inibindo os negócios.
Ele ponderou que as mudanças no CVA - com alta de subsídios e redução de juros - foram capazes de recuperar esse poder de compra dos consumidores, ajudando a desafogar os lançamentos e as vendas neste semestre.
Os empreendimentos de médio e alto padrão tiveram alta de 31,9% nos lançamentos em junho e expansão de 8,5% nas vendas líquidas no mês.
No acumulado do primeiro semestre, os empreendimentos de médio e alto padrão passaram por um avanço de 19,9% nos lançamentos e de 108,3% nas vendas líquidas.