META DA INFLAÇÃO

Governo Lula faz reunião que pode redefinir meta da inflação após crise aberta com o Banco Central por conta da taxa de juros

Capitaneado pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), parlamentares vão lançar nesta terça-feira (14) a campanha #JurosBaixosJá

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Lucas Moraes

Publicado em 13/02/2023 às 19:19 | Atualizado em 13/02/2023 às 19:19
Deputados criam novo argumento para desenvolver punições ao descumprimento do novo arcabouço fiscal do governo Lula. Veja a lógica dos políticos e entenda situação da regra fiscal criada pela gestão de Lula. Ministro Haddad é contra - Ricardo Stuckert

Estadão Conteúdo

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, afirmou que o governo não fará uma orientação sobre a meta de inflação ao Conselho Monetário Nacional (CMN), em referência à reunião do CMN na quinta-feira (16). De acordo com ele, caberá às pessoas que compõem o Conselho "interpretar a melhor forma de fazer com que essa política seja traduzida na prática".

De acordo com Pimenta, é natural que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, conversem sobre o assunto durante a semana, na expectativa sobre a reunião. "Mas não há uma orientação do governo enquanto uma ação de governo para que seja adotada essa ou aquela medida", disse.

O ministro comentou ser evidente que há uma expectativa de que a polícia econômica tenha uma preocupação com equilíbrio fiscal e meta de inflação, mas que isso precisa ser construído em um "panorama mais amplo". Pimenta, então, citou meta de crescimento, geração de emprego e compromisso com combate à fome

"Queremos, cada vez, mais que o Conselho Monetário Nacional possa pensar em uma política que será executada pelo Banco Central mas que tenha essa dimensão", afirmou o ministro aos jornalistas, após sair da reunião do Diretório Nacional do PT.

Base do governo faz manifestação

Capitaneado pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), parlamentares vão lançar amanhã a campanha #JurosBaixosJá, no Salão Verde da Câmara. O manifesto vai ocorrer um dia depois de o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, conceder uma entrevista ao programa Roda Viva (na noite desta segunda-feira, 13). Congressistas também se articulam para convidar o banqueiro central a dar explicações sobre o nível dos juros no Brasil. A Selic atualmente está em 13,75% ao ano.

O evento contará também com participação da deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, uma das vozes mais duras em relação ao trabalho de Campos Neto. Estão previstos ainda outros deputados e senadores da base do governo, como o líder do PSOL na Câmara, Guilherme Boulos (SP), o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), e o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

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"O tema dos juros tem sido destaque no debate político e econômico nacional. Nós não concordamos com a decisão do Banco Central de manter a taxa Selic no patamar de 13,75%, a mais alta taxa de juros reais do mundo", disse Lindbergh por meio de nota, citando a mensuração que já desconta a inflação da taxa de juros

De acordo com o deputado, a coordenação da política monetária é um tema central para os rumos da economia brasileira, para a geração de empregos e deve ser debatida por toda a sociedade, e não apenas pelo sistema financeiro. Lindbergh explicou que chegou a apresentar requerimento de convocação a Campos Neto para explicar o nível do juro e a política monetária do BC.

Na realidade, como presidentes do Banco Central não têm mais status de ministro, os parlamentares podem apenas convidar, e não mais convocar esses dirigentes a comparecerem ao Congresso. Quando há uma convocação, a participação é obrigatória. Lindbergh também prometeu criar uma "Frente Parlamentar contra os juros abusivos" para mobilizar o Parlamento e a sociedade para o tema.

O evento amanhã está marcado para iniciar às 16h30.

 

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