África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela. Apenas esses países são menos competitivos do que o Brasil, segundo nova edição de ranking da escola de educação executiva suíça IMD.
Na lista do ano passado, o País já estava somente à frente desses países. Porém, com a inclusão na relação do Kuwait, outra economia mais competitiva do que a brasileira, o Brasil caiu da 59ª para a 60ª posição no ranking.
O levantamento considera indicadores econômicos dos países (a maioria relativa ao ano passado), assim como pesquisas de opinião com executivos e empresários. No Brasil, a coleta de dados econômicos e a pesquisa são realizadas pela Fundação Dom Cabral (FDC).
A nova edição mostra uma melhora na avaliação do Brasil nas áreas de infraestrutura básica, atração de investimentos internacionais, emprego e preços - sobretudo de combustíveis, que tiveram desoneração, e alimentos.
Por outro lado, na comparação com outras economias, o Brasil está entre os piores países quando se trata de educação, custo de capital, legislação trabalhista e finanças públicas, assim como em produtividade da força de trabalho e burocracia para abertura de empresas.
Entre os destaques do levantamento, pesquisadores da Dom Cabral apontam a percepção de que as empresas brasileiras estão atrasadas na adoção de ferramentas de análise de dados (big data) e de inteligência analítica (analytics), ao passo que a baixa produtividade está associada a deficiências na formação de capital humano.
São fatores que ajudam a explicar por que o Brasil, em apenas dois anos, despencou da 49ª para a 61ª posição na eficiência dos negócios - um dos quatro pilares considerados no ranking.
Pelo segundo ano seguido, a Dinamarca foi escolhida como o país onde as empresas têm maior competitividade, segundo o ranking. Depois do país, vem agora a Irlanda, que tirou a vice-liderança da Suíça.
Entre as maiores economias do mundo, os Estados Unidos subiram uma posição (da décima para a nona colocação), enquanto a China perdeu quatro - caindo do 17º para o 21º posto, como reflexo, entre outros motivos, das rígidas restrições da política de covid zero em 2022.
Professor associado da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda afirma que a Irlanda - que até o ano passado não aparecia no top ten de competitividade - pode ser uma referência para o Brasil.
O país, após ser castigado pela crise financeira de 2008, investiu em reformas que atraíram investimentos perdidos pelo Reino Unido após o Brexit.
Além da carga tributária relativamente baixa para o padrão europeu e do fácil acesso ao mercado do Velho Continente, a Irlanda chegou à segunda posição no ranking por oferecer mão de obra qualificada, boa infraestrutura e superávits nas contas públicas que permitiram ao país criar fundos para políticas anticíclicas. "A Irlanda pode ser um modelo para os tomadores de decisão do Brasil."