Novo texto da reforma tributária vai prever alíquota zero para cesta básica, diz relator

O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) informou que deverá conversar, nesta quinta-feira (6), com os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e do Recife, João Campos, em busca de um acordo federativo
Filipe Farias
Publicado em 06/07/2023 às 0:09
Deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da reforma tributária Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados


Com informações da Agência Câmara

O relator da reforma tributária (PEC 45/19), o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou nesta quarta-feira (5) que a isenção da cesta básica foi incluída na proposta e estará prevista na Constituição.

"Para acabar com a desinformação, estamos trazendo à Constituição a cesta básica nacional de alimentos e ela tem alíquota zero. Isso é para que ninguém diga que vamos pesar a mão sobre os mais pobres", disse. Ele afirmou ainda que incluiu no texto benefícios às cooperativas.

Para o deputado, a discussão do texto em Plenário é um marco histórico. "Há quanto tempo esta matéria está em pauta no nosso País, neste Parlamento, e mesmo assim não conseguíamos chegar a este dia", disse Ribeiro.

O relator também destacou o apoio de prefeitos e de governadores para a proposta chegar ao Plenário.

O texto apresentado por Aguinaldo Ribeiro propõe a substituição de dois tributos federais (PIS e Cofins) por uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), gerida pela União; e de outros dois tributos (ICMS e ISS) por um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), gerido por estados e municípios. Já o IPI vai virar um imposto seletivo.

A arrecadação do IBS será centralizada e organizada pelo Conselho Federativo. Também serão criados fundos para compensar as perdas de entes federativos e para incentivar o desenvolvimento regional e o combate à pobreza.

Negociação contínua

Aguinaldo Ribeiro afirmou que a proposta ainda não traz todos os pontos negociados com governadores e prefeitos e que a negociação deverá ser aprimorada. Ele informou que deverá conversar nesta quinta-feira (6) com os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e do Recife, João Campos, em busca de um acordo federativo.

"Estamos nesta reta final de ajustes, e alguns pontos ainda não constam desta versão apresentada porque ainda estamos finalizando os ajustes", disse.

O Conselho Federativo, segundo ele, será aprimorado a partir de sugestões dos governadores. O objetivo é garantir transparência e governança ao novo órgão.

Os critérios de distribuição do Fundo de Desenvolvimento Regional, a distribuição automática aos municípios da parte do IBS e as questões referentes à Zona Franca de Manaus também serão alterados até amanhã.

Reforma necessária

Ribeiro destacou que a proposta tenta resolver o "caótico" sistema tributário brasileiro, que pune os mais pobres. "Todos concordam que temos um sistema caótico, ineficaz, que aumenta o Custo Brasil, que impede ganhos de produtividade, que retira a competitividade e que, sobretudo, penaliza os mais pobres", disse.

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), coordenador do grupo de trabalho sobre a reforma tributária, afirmou que o modelo atual acaba cobrando "impostos do imposto". Ele disse que o novo sistema tem o foco na tributação do consumo, o que já praticado por 95% dos países.

"Esta é uma reforma do setor produtivo. É uma reforma que vai dar ao Brasil mais eficiência e vai construir as possibilidades da retomada econômica. Vamos eliminar, no mínimo, mais de R$ 1,5 trilhão do custo País. Portanto, a reforma vai trazer dinâmica", disse Lopes.

Ele destacou ainda a criação do Fundo de Desenvolvimento Regional e a mudança da tributação do local de origem do produto para o destino.

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