O consumo de energia elétrica no Brasil ccresceu 1,4% no primeiro semestre de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, o consumo alcançou a marca de 66.760 MW médios. Entre as 27 Unidades da Federação, apenas sete apresentaram queda no consumo, incluindo Pernambuco. Todas as demais comemoraram alta.
O avanço no consumo é resultado do bom momento para exportações da indústria mineradora e do crescimento das atividades do comércio e dos serviços, mesmo que as temperaturas mais amenas, sobretudo as registradas em janeiro e abril, tenham levado a uma menor demanda pela utilização de aparelhos de ar-condicionado.
No mercado livre, no qual as grandes indústrias e grupos empresariais podem escolher o seu fornecedor, apresentou alta de 5,2% no comparativo anual. O resultado também foi impulsionado pelo ritmo acelerado de migrações. Somente no primeiro semestre, mais de 3,3 mil novas unidades consumidoras ingressaram no segmento.
O ambiente regulado, por sua vez, apresentou uma redução de 0,7%, causada pela presença crescente da micro e minigeração distribuída, por fatores climáticos e pelo próprio volume de agentes que deslocaram-se para o mercado livre.
Entre os 15 setores da economia que compram energia elétrica no mercado livre, a CCEE observou aumento em onze deles, na comparação com o mesmo período do ano passado. Destaque para o comércio e a extração de minerais metálicos, que cresceram devido ao aumento das atividades em supermercados, com o arrefecimento da inflação, e ao bom momento para exportações de minérios. O ramo de saneamento também apresentou taxa elevada de aumento, mas que é reflexo das migrações de grandes consumidores do segmento para o ambiente.
Na avaliação regional, as maiores altas ficaram concentradas nas regiões Norte e Nordeste, com destaque para o Maranhão e o Pará. Em ambos, o aumento reflete o consumo das indústrias metalúrgicas e fatores climáticos, sendo que, no caso maranhense, a alta expressiva é resultado também da retomada contínua da produção de uma importante planta do segmento de alumínios.
Pernambuco foi o único Estado do Nordeste que não registrou aumento no consumo de energia, apresentando uma queda de 1%. O resultado está relacionado ao lento crescimento da economia e a queda na indústria. No acumulado de janeiro a maio (dado mais recente divulgado pelo IBGE), a queda foi de 2,1%. O desempenho dos últimos 12 meses também foi negativo em 4,8%.