A Moura - líder no mercado sulamericano de baterias - foi excluída da prorrogação dos incentivos fiscais para a indústria automotiva, que se encerrariam no final de 2025 e foram estendidos até 2032. O Regime Automotivo do Nordeste, política pública de desenvolvimento regional e combate às desigualdades, é parte do texto aprovado pelo Congresso Nacional para a Reforma Tributária. Pelo regime, o Polo Automotivo de Goiana, liderado pela montadora Stellantis, beneficiou-se, mas a Moura ficou de fora.
O setor de autopeças foi excluído da prorrogação dos benefícios na redação final, por conta de dois destaques apresentados por um parlamentar da região, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos/PB). Com isso, a Baterias Moura, em 2026, não será mais uma das empresas contempladas no Regime Automotivo.
MOURA PROJETA DESACELERAÇÃO
A organização projeta uma desaceleração na sua capacidade de investimentos diretos, a partir da exclusão do Regime daqui a dois anos. Na última década, a Moura aportou diretamente mais de R$ 1,5 bilhão em expansão fabril e modernização de suas atividades industriais, promovendo importante geração de emprego e renda, incluindo a Paraíba, terra natal do deputado Hugo Motta e de origem de muitos colaboradores diretos da organização.
O Regime Automotivo foi determinante para que a Moura contribuísse com transformações socioeconômicas relevantes nas regiões onde possui operações: aumento direto na geração de riquezas e Produto Interno Bruto (PIB); melhoria nos índices de empregabilidade, Educação e Saúde; avanços em Pesquisa & Desenvolvimento, modernização da pauta de exportações; dentre outros.
DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Em Belo Jardim, Pernambuco, cidade onde está instalado o complexo fabril da Moura, o PIB entre 2002 e 2009 cresceu 120%. Todas as cidades em sua área de influência cresceram mais que a média estadual no período.
Dados mais recentes mostram que a participação da indústria de transformação no PIB da cidade é de 37,2% - patamar equivalente ao de estados brasileiros onde o setor industrial tem maior relevância como Santa Catarina (33,7%) e Espírito Santo (39,2%).
A Moura é uma empresa genuinamente brasileira, de origem nordestina, líder no mercado sulamericano de baterias e ao longo de sua história vem concorrendo com grandes grupos multinacionais com atuação no Brasil.
A organização respeita a decisão do Congresso Nacional de avançar com a manutenção de uma política pública tão relevante para o Brasil, mas reforça a surpresa com a exclusão da indústria de autopeças do texto final. Lamenta também a falta de visão de futuro para um setor intensivo em mão-de-obra e determinante para o crescimento e desenvolvimento do País.