Na sexta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da transmissão de comando, no Comando Militar do Exército, no Curado, e acompanha a assinatura de um Termo de Compromisso para a Instalação da Escola de Sargentos em Pernambuco. Na coletiva de imprensa que tratou da visita presidencial nesta quarta-feira (17), o Exército antecipou uma decisão que poderá ser um primeiro passo para dirimir a polêmica ambiental em torno do projeto.
A ESA representa um investimento de R$ 1,74 bilhão e a geração de 30 mil empregos. O general Joarez Alves Pereira Júnior informou que o Exército fez estudos e está disposto a fatiar o projeto da Escola de Sargentos do Exército para diminuir a área de supressão vegetal. "Retirando a Vila Militar e levando para outro local, a área de supressão diminuiria de iniciais 180 hectares para 90 hectares. Com isso, estaremos cumprindo a legislação. Essa, inclusive, foi umas sugestões de locações apontadas pelo Fórum Socioambiental de Aldeia", observa o general.
MOVIMENTO AMBIENTAL
Integrantes do Fórum Socioambiental de Aldeia e de comunidades indígenas tentaram acompanhar a coletiva, mas só puderam ficar do lado de fora do hotel onde aconteceu a coletiva. O presidente do Fórum Socioambiental de Aldeia, Herbert Tejo, criticou o fato de não poder participar. "Fazemos parte do Grupo de Trabalho que discute o projeto da ESA criado pelo governo do Estado e estamos em busca de novas informações", diz.
Sobre a decisão do Exército de reduzir a área de supressão vegetal, ele afirma que ficou sabendo pela imprensa. "Se passar para 90 hectares nós não temos mais nada o que dizer, porque estarão dentro da legalidade, mas fizemos outras sugestões, como reflorestar antes de desmatar", observa.
GOVERNO DE PERNAMBUCO
Já a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, Ana Luísa Ferreira, fez questão de desfazer a narrativa de que a governadora Raquel Lyra é contra o projeto. Ele afirmou que a maior contrapartida do Estado não são as obras de infraestrutura nem a busca por terrenos, mas o diálogo. Isso porque o Exército ameaçou desistir de instalar o projeto no Estado caso a questão ambiental for judicializada. Por isso, o governo tem interesse em fazer de tudo para evitar que isso não aconteça, mantendo o empreendimento em Pernambuco.