A Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recebeu um recorte local feito pela Fecomércio-PE, para a capital pernambucana. No Recife, o índice registrou queda de 1,8% em julho de 2024, após um modesto avanço no mês anterior.
A amostra revelou queda na perspectiva profissional, renda atual, compras a prazo, nível de consumo atual e perspectiva. Contudo, indica uma melhora de 6% no momento para bens duráveis (geladeira, fogão, micro-ondas etc.).
Entre as famílias recifenses que recebem até 10 salários mínimos, essa perspectiva profissional recuou 6,1%, enquanto para aquelas com renda superior a 10 salários mínimos, o recuo foi de 1,4%.
RENDA DA POPULAÇÃO
A avaliação da renda atual manteve-se praticamente inalterada, com uma leve queda de 1,3%. Entre as famílias de menor renda, não houve variação, enquanto as de maior renda observaram um recuo de 1,65%. A situação atual do crédito apresentou uma depreciação de 4,4%. Além disso, o nível de consumo atual teve uma queda de 5,2%, sendo mais acentuada entre as famílias com renda até 10 salários mínimos, que registraram um recuo de 5,9%.
Com a piora nas condições do mercado de trabalho e o crédito ainda seletivo, tanto a avaliação sobre o consumo atual como a perspectiva de consumo no futuro caíram.
“O consumidor precisa equilibrar endividamento com controle da inadimplência, como o que temos visto na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência (Peic)”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
Segundo Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE, o estudo revela que a intenção de consumo das famílias da capital pernambucana está em um momento de incerteza, com indicadores apontando para uma retração.
“O nível de consumo atual está baixo, impulsionado por uma percepção negativa em relação à renda e ao crédito. As famílias sentem que o acesso ao crédito está mais difícil e a renda atual está pior do que no mesmo período do ano passado. A perspectiva profissional também é negativa, com a maioria das famílias acreditando que não haverá melhora nos próximos meses”, apontou.