“Lugar de mulher é onde ela quiser”. A frase que se tornou símbolo de empoderamento feminino ganha ainda mais força no cenário esportivo. Em ano de Jogos Olímpicos, Tóquio-2020 será em julho e agosto, a presença feminina cada vez mais expressiva no maior evento esportivo do Planeta é capítulo importante para a inclusão do gênero nos esportes. Para se ter uma ideia, nas idades Antiga e Moderna, a presença de mulheres em praças esportivas era proibida. Hoje, elas ganham espaço e notoriedade. Tanto que pela primeira vez na história, a delegação brasileira deve confirmar mais mulheres do que homens no Time Brasil – em janeiro, 152 competidores estavam classificados, sendo 80 mulheres e 65 homens, mais sete representes do hipismo, que terá equipe mista.
A pernambucana Etiene Medeiros é a melhor nadadora do País e deve carimbar o passaporte para Tóquio em abril, quando disputará a seletiva da natação para as Olimpíadas. Considerada pioneira na modalidade, ela ressaltou as oportunidades para as mulheres. “Eu vejo que o esporte é um caminho que a gente pode ter mais espaço, mas visibilidade, mais conquistas. Então, eu observo o esporte como um ambiente de oportunidades, apesar de a gente ainda ter muito o que evoluir. Nós mulheres dentro do ambiente esportivo”, comentou.
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Na natação, Etiene é a primeira brasileira medalhista de ouro em mundiais, além de outras conquistas que a colocam entre as principais referências do esporte no mundo. Não à toa, a pernambucana é inspiração para muitas mulheres. “Eu sei do poder que hoje eu exerço. Do peso que é ser uma referência. Eu consegui ter um processo muito tranquilo de aceitação em relação a isso. Sou muito grata e tento sempre inspirar mulheres e pessoas que estão ao meu redor. Essa juventude que é extremamente importante e eu fico muito grata de ser inspiração para as outras mulheres”, comentou.
A jogadora Marta, eleita seis vezes a melhor do mundo pela Fifa, também é referência. Natural de Alagoas, ela falou de forma mais direta para as meninas no final da Copa do Mundo de 2019. “Este é um momento especial e a gente precisa aproveitar. Precisamos valorizar mais. A gente pede tanto apoio. A gente está sorrindo. Mas tem que chorar no começo para sorrir no final. É isso que peço para as meninas. Não vai ter uma Formiga para sempre, uma Marta, uma Cristiane. O futebol feminino depende de vocês para sobreviver”, falou, chorando.
Outras mulheres também se destacam em suas modalidades e, por conta de suas histórias e conquistas, são exemplos a serem seguidos. É o caso da marchadora pernambucana Érica Rocha, melhor da modalidade no Brasil e promessa de medalha em Tóquio-2020. Já a paratleta Verônica Hipólito é conhecida por sua força e superação. Apesar da trajetória cheia de limitações, ela sempre abre o sorriso e oferece lições de vida. A norte-americana Simone Biles quebra recordes na ginástica internacional, enquanto a baiana Ana Marcela Cunha já entrou para o hall da fama das maratonas aquáticas, aos 27 anos. (Confira mais detalhes no quadro ao lado).