A promotoria paraguaia ampliou a investigação criminal que envolve Ronaldinho Gaúcho e Assis, seu irmão. O Ministério Público solicitou várias informações de outras instituições e também apura uma possível conexão do caso com lavagem de dinheiro.
Quando tudo indicava que Ronaldinho poderia deixar o Paraguai de acordo com solicitação dos promotores que inicialmente estavam envolvidos no caso, a oposição de um juiz a libertá-los da investigação e a mudança de postura da Procuradoria Geral do Estado terminaram com a prisão de ambos.
Sandra Quiñónez, titular do Ministério Público, ordenou ao promotor Osmar Legal que se encarregasse do caso contra Ronaldinho. Ele é um jovem procurador da Unidade Especializada de Combate à Lavagem de Dinheiro. Apesar de sua "inexperiência", ele já conseguiu realizar processos contra poderosos políticos paraguaios.
No âmbito da investigação sobre a produção e utilização de documentos de conteúdo falso, pelos quais os irmãos Ronaldinho e Assis são processados e mantidos sob custódia, bem como o empresário Wilmondes Sousa Lira e duas mulheres paraguaias, Legal também solicitou a prisão da empresária Dalia López.
O promotor do caso havia solicitado relatórios ao Subsecretário de Estado de Tributação e à Secretaria de Prevenção à Lavagem de Dinheiro. O requerimento está centrado em Dalia, a mulher que levou o craque para o país, cuja imagem deveria ser usada por sua fundação Fraternidade Angelical.
Fontes do Ministério Público do Paraguai disseram à reportagem do Estado no Paraguai que essa série de pedidos poderia complicar ainda mais a situação processual de Ronaldinho e Assis A promotoria, por outro lado, disse que não pode dar mais detalhes sobre a investigação, porque ainda deve verificar todas as informações que têm recebido.
Algumas versões até indicam que Ronaldinho e seu irmão estavam procurando iniciar negócios no território paraguaio e que Dalia planejava ser a principal parceira deles no país. A mulher sempre se mostrou como alguém próximo ao poder político, principalmente do atual presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, filho do secretário particular do ditador Alfredo Stroessner. De fato, a versão que os irmãos começariam negócios no Paraguai foi confirmada pelo advogado dos irmãos, Sergio Queiroz.