Intervalo de 48h entre jogos após pandemia do novo coronavírus gera controvérsias

Na visão de Ramon Ramos, presidente do Sindicato dos Atletas de Pernambuco, proposta conflita com conquista do intervalo de 66 horas entre jogos, que vigora desde 2017
Klisman Gama
Publicado em 11/04/2020 às 18:23
O Clássico das Multidões, pela Copa do Nordeste, irá acontecer no dia 27 de março Foto: ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM


O presidente da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf), Felipe Augusto Leite, encaminhou nessa sexta-feira (10) uma sugestão à CBF de permitir o intervalo de 48 horas entre jogos para que fosse possível retomar os campeonatos sem tanto prejuízo para jogadores, clubes e federações. A justificativa é de manter empregos no futebol brasileiro, já o calendário apertado e os meses sem jogos farão com que muitos clubes tenham a sua saúde financeira deteriorada e podem ficar sem disputar competições por falta de verba. A regra atual, válida desde 2017, é de um intervalo de 66 horas entre partidas, com casos excepcionais que podem passar para 48 horas. O Sindicato dos Atletas de Pernambuco ainda discute o assunto para chegar a um posicionamento oficial, mas o presidente Ramon Ramos se mostra contrário a ideia.

"Ainda está tendo muita discussão se aceita ou não, mas a Fenapaf trabalhou muito para poder conseguir o acordo para ser de 66 horas o intervalo de um jogo para o outro. Isso está no acordo na Justiça do Trabalho, a CBF também aceitou e está na folha de convenções. Quando ele (presidente da Fenapaf) falou assim, essa coisa das 48 horas é em uma eventualidade. Não é que o time aqui, por exemplo o Sport, vai jogar na Série A terça, quinta e sábado. Ele vai jogar normalmente, mas vai ter um determinado momento que ai jogar com 48 horas entre um jogo e outro. Ocasionalmente", comentou o dirigente do sindicato.

"Você não tem condição realmente de jogar a cada 48 horas, principalmente o Campeonato Brasileiro das Séries A, B, C. Estou enxergando dessa forma, mas não coloquei ainda em discussão. Quero ouvir os jogadores e, ao meu ver, se dependesse de mim, eu não votava a favor. Mas creio que seria voto vencido", acrescentou.

A flexibilização desse intervalo entre um jogo e outro ajudaria a realocar mais datas para a disputa das quatro divisões do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil, pelo menos. Na visão da CBF e Fenapaf, o cenário de exceção vivido exige maior sacrifício de todos os lados envolvidos com o futebol. É a maneira encontrada para que o futebol volte de maneira mais adaptada possível para concluir o calendário 2020.

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