LOS ANGELES, Estados Unidos - Em meio à onda de indignação contra o racismo, a Federação Americana de Futebol está considerando revogar uma regra controversa que proíbe seus jogadores de protestarem ajoelhando-se sobre um joelho durante o hino, confirmou um porta-voz da entidade à AFP na segunda-feira.
Pouco antes, a rede ESPN havia adiantado que a presidente da federação (US Soccer), Cindy Parlow Cone, pediu que essa regra fosse discutida em uma reunião do conselho de administração convocada para terça-feira.
A norma estabelece que os jogadores de futebol devem "ficar de pé respeitosamente" durante a execução do hino nacional antes dos jogos de suas seleções.
Esta decisão foi tomada em 2017, logo após a estrela da seleção americana e atual vencedora da Bola de Ouro, Megan Rapinoe, se ajoelhar no gramado durante o hino em solidariedade ao jogador de futebol americano Colin Kaepernick.
O quarterback popularizou esse gesto como um ato de protesto contra o racismo e a desigualdade racial nos Estados Unidos, após a morte de vários afro-americanos desarmados em operações da polícia.
O protesto de Kaepernick, que na época recebeu fortes críticas do presidente Donald Trump e o levou ao ostracismo na NFL, tornou-se um símbolo dos protestos atuais nos Estados Unidos e em outros países contra o assassinato do afro-americano George Floyd por um policial branco de Minneapolis em 25 de maio.
Nos últimos dias, manifestantes e policiais se ajoelharam em alguns desses protestos, assim como jogadores da liga alemã de futebol nas partidas.
O Liverpool também divulgou uma foto de seus jogadores ajoelhados em treinos como uma mensagem de apoio à luta contra o racismo.
A ESPN observou que, caso o conselho de administração da federação revogue a regra, a mudança entrará em vigor imediatamente, mas também terá que ser votada na reunião anual da US Soccer no próximo ano.