OILIMPÍADA

Governo japonês amplia estado de emergência a 10 semanas das Olimpíadas

Esta é a terceira vez em pouco mais de um ano que o Japão ativa o estado de emergência, embora as restrições que a medida acarreta sejam mais leves do que os confinamentos estabelecidos em outras partes do mundo.

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Marcos Leandro

Publicado em 14/05/2021 às 14:02 | Atualizado em 14/05/2021 às 14:19
As Olimpíadas de Tóquio ficaram em primeiro lugar na lista de acontecimentos mais buscados de 2021 - AFP

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As autoridades japonesas ampliaram o estado de emergência já em vigor pela pandemia de covid-19 em seis departamentos do país para mais três regiões, devido ao aumento de contágios, quando faltam apenas 10 semanas para o início dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

"Decidimos adicionar os departamentos de Hokkaido, Okayama e Hiroshima aos que se encontram em estado de emergência até 31 de maio", afirmou o primeiro-ministro Yoshihide Suga. Nos três departamentos, a "população é relativamente importante e o número de casos de covid-19 aumenta rapidamente", completou.

Esta é a terceira vez em pouco mais de um ano que o Japão ativa o estado de emergência, embora as restrições que a medida acarreta sejam mais leves do que os confinamentos estabelecidos em outras partes do mundo.

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A medida consiste principalmente em restringir a atividade de alguns estabelecimentos comerciais e no fechamento de bares e restaurantes que servem bebidas alcoólicas, sob risco de multa. Também provoca o fechamento de algumas lojas de departamento e cinemas.

Além disso, o governo aplicará outras medidas - de um nível inferior ao estado de emergência - a mais dois departamentos. Dez departamentos dos 47 no país estarão sob medidas restritivas.

Em termos relativos, o Japão não foi tão afetado pela pandemia como outros países. A covid-19 provocou oficialmente pouco mais de 11.000 mortes desde o início de 2020, mas os analistas alertam que o sistema hospitalar está sob forte pressão.

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O número de casos de covid-19 continua aumentando no arquipélago, com a média de quase 6.000 infecções por dia. Ao mesmo tempo, a campanha de vacinação prossegue em ritmo lento na comparação com outros países ricos. Até o momento, o governo aprovou apenas o uso do imunizante da Pfizer/BioNTech e somente 1% da população foi vacinada.

Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio (23 de julho - 8 de agosto) garantem que o evento será celebrado com "total segurança" graças a rígidos protocolos sanitários, à vacinação de um grande número de participantes e ao êxito dos eventos-teste na capital japonesa.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) ressaltou na quarta-feira que está "plenamente concentrado na fase final da preparação" dos Jogos, apesar das "especulações" e da oposição da maioria dos japoneses ao evento, de acordo com as pesquisas.

Petição contra os Jogos 

Ativistas contra os Jogos Olímpicos de Tóquio divulgaram nesta sexta-feira (14) uma petição assinada por mais de 351.000 pessoas para obter o cancelamento do evento esportivo. Estas pessoas assinaram a petição virtual "Anulem os Jogos Olímpicos de Tóquio para proteger nossas vidas", criada no início de maio por Kenji Utsunomiya, advogado e que já foi candidato a governador de Tóquio.

O número de assinaturas registrado pela iniciativa em um prazo tão curto "reflete a opinião pública", afirmou Utsunomiya à imprensa, antes de recordar que as pesquisas feitas desde o ano passado mostram que entre 60% e 70% da população é contrária à celebração dos Jogos Olímpicos.

"Desta vez, a questão é saber ao que damos prioridade, à vida ou a uma cerimônia e um evento chamado Jogos Olímpicos", afirmou Utsunomiya.

Com a petição, ele solicitou à governadora de Tóquio, Yuriko Koike, que pressione o Comitê Olímpico Internacional (COI) a cancelar os Jogos. a

"O COI tem o direito de tomar a decisão de cancelar ou não os Jogos, mas Tóquio, como cidade sede, teria que pedir insistentemente ao COI que cancele os Jogos", declarou.

Em uma entrevista à AFP, o presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Andrew Parsons, afirmou que compreende a "revolta" da população japonesa, mas considerou "ínfimos" os riscos de propagação do vírus por parte dos atletas.

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