O futebol brasileiro ganhou uma nova pauta em 2022. A aprovação da lei da Sociedade Anônima de Futebol (SAF), que permite às agremiações do país aderirem ao modelo de clube-empresa. Até aqui, gigantes brasileiros já venderam parte de suas ações para investidores. É o caso de Cruzeiro, Vasco, Botafogo, Bahia, Coritiba e outros.
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Em entrevista exclusiva ao Jornal do Commercio, o presidente Diógenes Braga abriu o jogo quanto a maneira que o assunto SAF tem sido tratado dentro do Náutico.
"A gente está observando o mercado e conversando com empresas, investidores, escritórios. Acabamos, inclusive, de fechar uma nova parceria e trazer um novo parceiro para junto. É uma nova empresa estando junto da gente no sentido dessa questão que se fala tanto, de valuation do clube e captação de investidor", revelou.
Para ele, a necessidade de adesão não tem sido mais sinônimo de pressa, diferente do que ocorreu inicialmente no Brasil.
O que acontece é que houve um primeiro momento, quando clubes que estavam mais ávidos quanto ao assunto S.A.F., andaram mais rápido. Fala-se muito em como foram essas primeiras negociações, se foram as melhores ou não. Houve uma primeira leva de adesões e, nesse momento, há uma condição de mais estudo por parte dos investidores e dos clubes.
Existem várias conversas, temos conversado bastante com pessoas e vejo a S.A.F como um caminho natural dos clubes, mas não sei se em tanta velocidade.Diógenes Braga, presidente do Náutico
DIÓGENES BRAGA ABRE O JOGO SOBRE SUA PARTICIPAÇÃO NO FUTEBOL DO NÁUTICO
INSPIRAÇÃO NO BAHIA
Em meios aos negócios já concretizados na adesão de clube brasileiros ao modelo de clube empresa, um deles foi destacado pelo mandatário do Náutico: o do Bahia. O Esquadrão vendeu parte das ações de sua S.A.F. para o Grupo City no fim de 2022.
"Quando se falava no assunto, antes se pensava apenas na chegada de um parceiro injetando recursos no clube, e algumas negociações que aconteceram mostraram que não é apenas isso. É a forma como se faz essa S.A.F., como a do Bahia, que talvez tenha sido a mais bem feita entre todas. Porque ela não é simplesmente um aporte financeiro. Tem gatilhos que protegem o clube, por exemplo, de um recuo da empresa portadora do investimento. Há um compromisso de resolução das dívidas do clube, de investimento mínimo anual, etc.", argumentou.
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Diógenes destaca uma mudança em relação às movimentações entre clubes e investidores no primeiro momento de adesões e agora.
"Os primeiros negócios foram feitos numa velocidade muito grande, devido às necessidades que aqueles clubes tinham naquele momento, enquanto nesse momento os clubes que estão negociados não estão preocupados apenas em terem um investidor, como mais ainda em como montar isso [a S.A.F.]", explicou.
SITUAÇÃO DO NÁUTICO HOJE
O Náutico está atento ao mercado de investidores, mas o presidente do Timbu prega cautela quanto à adesão do modelo.
"A questão da gente é essa: temos conversado com parceiros, mas estamos preocupados não só em trazer um parceiro forte, mas caso a gente avance nisso, e espero que a gente vá, acredito nisso, trazer algo que seja muito consistente. Não nos baseamos apenas em um número investido, mas em um compromisso do investidor com o clube para que, com esse passo, o Náutico não apenas dê esse passo, mas lá na frente não precise dar um passo para trás", pontuou Diógenes Braga.