A notícia de que o meia Jean Carlos está com a covid-19 causou apreensão ao Náutico. O atleta foi testado na última segunda-feira (13) após apresentar sintomas leves desde a sexta (10), e foi isolado. Nesta quarta, ao todo, 65 pessoas foram testadas, envolvendo jogadores, comissão técnica e funcionários do Alvirrubro. Os resultados devem sair até esta quinta-feira.Com o desfalque do seu principal jogador nas duas decisões do Campeonato Pernambucano, contra o Salgueiro, e pela Copa do Nordeste, contra o Bahia, o técnico Gilmar Dal Pozzo precisará de alternativas para suprir a carência deixada no meio-campo.
Sem Jean Carlos, o Timbu perde uma referência ofensiva. O papel de "maestro" do jogador é fundamental no esquema do comandante. Isso porque, com a bola, o armador participa das criações de jogadas, seja ao recuperar a bola no campo defensivo e iniciar o contra-ataque, ou na frente, quando recebe na intermediária adversária e faz o time fluir ofensivamente. Seja ao distribuir bolas para os atacantes, ditar o ritmo da equipe ou também finalizar bastante, o Náutico não tem um jogador com as mesmas características e capacidade de Jean para fazer essas múltiplas funções. Não só na frente, mas no momento defensivo da equipe, o camisa 10 é importante. O combate aos defensores adversários e a pressão para roubar a bola próximo à meta oposta é puxada pelo meia. Pode ser uma dor de cabeça para Gilmar Dal Pozzo, mas também uma grande oportunidade para quem for o substituto.
São três atletas concorrendo à posição. O experiente Jorge Henrique, o paraguaio Brítez e o jovem Lucas Paraíba. Cada um compartilha de algumas características semelhantes às de Jean, mas outras os diferenciam do destaque da equipe, que vive o auge da carreira no Náutico. Jorge Henrique, aos 38 anos, não possui o mesmo vigor físico nem velocidade de outrora. Porém, em jogos pesados também mentalmente, a rodagem do meia-atacante pode ser bastante útil. Além de que ele também tem um bom passe, costuma pisar mais na área e cadencia o jogo.
No caso dos outros dois jogadores, destaca-se a finalização de média distância, também ponto forte de Jean Carlos. Júnior Brítez pode atuar um pouco mais recuado no meio-campo, mas também faz a função do '10', flutuando na entrada da área e a invadindo, além de auxiliar na armação de jogadas. Porém, ele acelera mais o ritmo - não o controla tanto quanto o titular - e busca o drible diante do adversário. Enquanto Lucas Paraíba se assemelha a um construtor de jogo, com bom passe em profundidade. Contudo, não tem a mesma intensidade e participa menos defensivamente. Papel importante enquanto o time estiver sem bola.
É possível que Gilmar Dal Pozzo tenha que fazer algum ajuste na função de outros jogadores para adequar a proposta com a entrada do substituto de Jean Carlos. Pela diferença de características agregadas à equipe, a principal diferença - excetuando a qualidade técnica de um atleta no auge da sua carreira - se dá também nesse apoio ao momento defensivo e o trabalho sem bola enquanto o Náutico tenta retomá-la.
O camisa 10 foi isolado do restante do grupo logo que fez o relato e ficará em isolamento por 14 dias, perdendo assim a última rodada da primeira fase do Estadual e do Regional. Ele só volta no mata-mata, em eventuais semifinais de cada torneio.
"Ele começou a apresentar alguns sintomas gripais leves na última sexta-feira à noite e, a partir desse momento, nós isolamos o jogador do restante do grupo. Nesses casos de presença de sintomas gripais, mesmo que sejam leves, é do nosso protocolo realizar o RT-PCR (tipo de teste para covid-19) para possível verificação e identificação do vírus", comentou o vice-presidente médico do Náutico, doutor Múcio Vaz.
"Apesar dele estar clinicamente bem, ele via ter que ficar afastado do grupo por cerca de 14 dias, ou seja, o período de quarentena, Ele vai ficar ausente desse período e vai desfalcar o time no Pernambucano e Nordestão pelo menos nessas duas semanas", completou o dirigente.