Meia do Santa Cruz é contra volta do futebol com portões fechados: 'estaríamos em campo nos arriscando'

Didira acredita que não é seguro para os jogadores a retomada do futebol, mesmo sem a presença do torcedor nas arquibancadas
Filipe Farias
Publicado em 28/04/2020 às 18:56
Didira disputou 12 partidas pelo Santa Cruz e marcou dois gols Foto: Foto: Leo Motta/ JC Imagem


A cada semana que se passa, as entidades e os clubes do Brasil e do Mundo discutem a respeito de um possível retorno das atividades no futebol. Conversas sobre quais protocolos médicos e sanitários poderiam ser adotados para que a bola pudesse voltar a rolar pelos gramados. Entretanto, mesmo diante de várias discussões e possibilidades apontadas em reuniões, uma voz é pouco ouvida em meio à pandemia do novo coronavírus: a dos jogadores.

Uma das sugestões apontadas por dirigentes favoráveis a retomada do futebol seria, a princípio, de as partidas acontecerem de portões fechados. Sem a presença dos torcedores. Algo que para o meia Didira, do Santa Cruz, seria bastante arriscado para com a saúde dos atletas. "Acho que isso não seria bom. A gente vai ter contato com outras pessoas do mesmo jeito... Vamos pegar voos e ninguém sabe quem vamos encontrar nos aeroportos. Não sou de acordo (a retomar o futebol sem torcida). Vai prejudicar um lado e também o outro. A minha opinião é essa. Acredita que isso precisa ser analisado melhor", contou o meio-campista, em entrevista ao repórter João Victor Amorim, da Rádio Jornal.

Mesmo tendo uma visão contrária ao que vem sendo especulado para os próximas semanas do futebol, Didira sabe que o jogador na maioria das vezes não é ouvido. "Deveriam pensar um pouco em nós (atletas) também, porque somos seres humanos, temos famílias e filhos. É preciso analisar e pensar em nós como pensam para eles (dirigentes). Estamos em campo nos arriscando em várias situações... Não é só tem os jogadores não numa partida, tem a imprensa, seguranças, é um contexto geral. Tem de pensar dessa maneira. Estamos ali e queremos voltar a jogar, mas tem de analisar e ver o que é o melhor para um lado e para o outro, sem que ninguém saia prejudicado. Mas não posso mandar em nada. O que optar temos de aceitar, pois somos funcionários e vamos fazer o que pedem", falou Didira.

CUIDADOS

Com relação aos cuidados tomados nesse período de isolamento social no combate à pandemia do novo coronavírus, o meia tricolor garante que está confinado com a família em sua casa em Arapiraca, nas Alagoas, mas que nem todos na sua cidade estão respeitando as determinações das autoridades sanitárias. "Aqui o povo parece que não tem medo desse negócio (covid-19), pois estão todos nas ruas. Mas eu não saio de casa... Faço os meus treinamentos em casa, só saí rapidamente logo no começo para comprar algumas coisas para fazer academia (equipamentos para treino físico) e manter o ritmo em casa", contou.

Sobre a redução salarial proposta pela diretoria do Santa Cruz, Didira não se opôs e diz entender o momento. "Todos concordaram (jogadores). É momento de analisar todas as partes e não só um lado. Não é fácil para as equipes e dirigentes (manter salários em dia). Nós jogadores entendemos, aceitamos o acordo (redução de 30% do salário) e acredito que foi bom para um lado e para o outro", pontuou.

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