O 'lapidador' de jóias. Integrando a comissão técnica do Santa Cruz desde a Série C de 2018, o preparador de goleiros Renato Pontes vem rendendo bons frutos para o clube. Em sua terceira temporada no Tricolor, o profissional de 34 anos já coleciona no currículo ter trabalhado e revelado dois goleiros de destaque com a camisa coral: Anderson, em 2019; e, nesse ano, o jovem Maycon Cleiton. Ambos, ao chegarem no Arruda, ainda não tinham feito uma partida pelo time principal. Só atuando em competições de base. E, ao passarem pelas mãos de Renato, essa chance não só surgiu, como também deram conta do recado.

"É uma satisfação imensa está podendo fazer essas revelações. Não posso deixar de lembrar também, além desses dois, do Ricardo Ernesto. Quando cheguei aqui, ele não estava jogando, fizemos um trabalho com e ele assumiu a titularidade, passou oito jogos sem tomar um gol e só voltou a sofrer um gol no ano seguinte, em 2019. Quando retornei ao clube (tinha atuado na base do tricolor), conversei com Luciano Sorriso e ele me disse que o projeto do Santa Cruz era de ter uma boa demanda de goleiros, pois o clube sempre teve bons nomes formados na base. Sabia que o clube tinha essa mentalidade de não comprar, mas de vender goleiros para o Brasil. De ser uma fábrica de bons goleiros. E a direção, desde então, me dá muito suporte e passa muita confiança no meu trabalho. Acreditam no que estamos fazendo. Não é à toa que está vindo aí também o Rokenedy, que já está comigo há um ano. Temos o Maycon Cleiton, ano passado tivemos o Anderson. Mais na frente vão vir outros da base... Rafael e Everson, ambos da base e que têm de ser o futuro do Santa Cruz", comentou Renato Pontes.

Para o preparador de goleiros coral, o segredo de o seu trabalho estar surtindo efeito é a relação de confiança que ele tem com os arqueiros. "Somos uma família. O elenco é uma família, mas os goleiros formam uma família a parte, pois sabemos da responsabilidade da função. Sempre procuro dar o feedback do trabalho, depositar a minha confiança neles. Não preciso de jogadores, mas de atletas. E os meus goleiros são atletas. Confio bastante neles e eles aceitam e acreditam no trabalho que fazemos. Por isso que o resultado está vindo. O segredo é a confiança um no outro. Anderson quando chegou aqui nunca tinha jogado profissionalmente. Maycon (Cleiton) também. Eu acreditei que eles poderiam dar retorno ao clube e, graças a Deus, o feedback em campo foi positivo. Eles ainda não conseguiram nada no futebol, mas estão caminhando para ter esse caminho de êxito", relatou.

Mesmo tendo trabalhado diariamente com os dois, Renato não gosta muito de compará-los. Entretanto, conseguiu enxergar um ponto de semelhança em ambos. "Não gosto de fazer essas comparações, mas não tem como deixar de ver e analisar algumas situações. Uma delas que eu enxergo como em comum é a frieza e leitura de jogo que os dois têm. Eles entram no jogo com confiança, sabendo o que tem de ser feito e fazem da melhor maneira. Vejo neles essa confiança e disposição de fazer o trabalho bem feito", avaliou o preparador de goleiros.

FUTURO DE MAYCON

Assim como aconteceu com Anderson (que foi para o Athletico-PR), Maycon Cleiton já desperta o interesse de grandes clubes do Brasil. Mesmo com essa cobiça, Renato Ponte acredita que ainda é cedo para ele deixar o Arruda. "O preparador do Corinthians e de outros clubes já me procuraram para saber como ele (Maycon Cleiton) estava. Conversei com ele e disse que ainda tinha muito a crescer. Que não estava pronto. Que tinha muitos títulos a ganhar, erros a cometer, para chegar num clube de ponta, com patamar elevado e até de fora do País. O foco dele hoje é no Santa Cruz, pois é o clube que pode proporcionar a ele um título Pernambucano, da Copa do Nordeste, um acesso à Série B. São situações que, mais na frente, com esses resultados, vão aparecer novamente (sondagens)", finalizou.