Maio deve ser o mês de colapso financeiro para o Sport

Sport não efetuou os pagamentos recentes aos jogadores e a maior parte do setor administrativo
Davi Saboya
Publicado em 05/05/2020 às 7:12
Com Milton Bivar afastado, presidente em exercício Carlos Frederico não participará do pleito Foto: ARNALDO CARVALHO/ACERVO JC IMAGEM


A situação financeira do Sport não era fácil no começo da temporada. E depois da pandemia do novo coronavírus, piorou ainda mais. Os cinco dias do mês de maio projetam o colapso financeiro do clube rubro-negro. O comentarista da Rádio Jornal, Ralph de Carvalho, expôs nessa segunda-feira no programa Bate-Rebate uma conversa que teve com o presidente Milton Bivar. Nela, o mandatário leonino admitiu a dificuldade para honrar os compromissos e esclareceu as pendências do rubro-negro. Ainda mais depois do corte de 75% do pagamento dos direitos de transmissão por parte da emissora detentora da Série A do Campeonato Brasileiro, que ainda não tem data para começar.

A reportagem do Jornal do Commercio tentou falar com Milton Bivar, mas o presidente disse que não poderia falar. Já o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, disse que ia tentar reverter junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) essa situação das cotas do Brasileiro.

“Tudo envolve a questão dos jogos. Existe um contrato privado entre as redes e os clubes. E aí os pagamentos são proporcionais aos jogos. Sem jogos, não há pagamentos. E aí é essa equação que estamos tentando resolver para que os clubes não tenham uma queda tão grande de receita. Vamos ver o que é possível fazer”, declarou Evandro.

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Com esse corte, o Sport estaria recebendo cerca de R$ 500 mil por mês referente ao Brasileirão. A cota total do clube seria de R$ 36 milhões. Mas sem jogos e descontos de adiantamentos de gestões passadas, o Leão passaria a receber R$ 7,6 milhões.

Assim, a crise financeira no Sport não poderia ter outro resultado: atraso nos pagamentos. Em relação aos funcionários, o clube está em dia apenas com os profissionais que ganham até R$ 2,3 mil. O gasto total com o setor administrativo chega a R$ 500 mil.

Já com os jogadores a situação é mais complicada. O Sport não pagou 40% do mês de fevereiro, 100% de março e, provavelmente, abril também deve ultrapassar o vencimento daqui a cinco dias. Porém, de acordo com apuração da reportagem do JC, o atraso não segue uma uniformidade com toda a equipe e existem outros débitos com alguns membros do grupo. Inclusive, valores referentes ao ano passado.

Passivo

Se pagar os compromissos mensais já está difícil para o Sport, as dívidas passadas estão ainda mais. E o processo na Fifa em torno do débito junto ao Sporting, de Portugal, oriundo da compra do atacante André é o primeiro da lista. A direção rubro-negra busca um acordo com o clube europeu o quanto antes para não sofrer as sanções da entidade máxima do futebol mundial. Sem contar com o aumento do preço do Euro e os juros da ação, a quantia chega a ser maior que R$ 5,5 milhões, e os portugueses estão irredutíveis quanto ao pagamento à vista.

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