Cuidar da saúde mental é essencial para que tudo caminhe em equilíbrio em qualquer âmbito da vida, tanto pessoal quanto profissional. Nesse período de Pandemia, esse controle emocional foi duramente impactado pelo turbilhão de emoções, incertezas e medos provocados pela chegada da doença e pelas transformações sociais impostas pelo vírus, como o isolamento e o trabalho remoto. Muitas pessoas não conseguiram se adaptar e desenvolveram doenças que comprometeram seu desempenho profissional e a sua capacidade de se relacionar. Um cenário que preocupa e lança luz ao papel das empresas no amparo ao trabalhador, na identificação dos riscos de adoecimento e na orientação para a procura por ajuda.
“Estima-se que oito a cada 10 pessoas tenham apresentado sintomas mentais como insônia, dificuldade de concentração ou piora na irritabilidade durante o período que estamos passando. No ambiente de trabalho não foi diferente: colaboradores estão sobrecarregados pelo estresse das mudanças de rotina, incertezas profissionais e problemas familiares. Os sintomas são diferentes e bastante amplos, variando de quadros mais perceptíveis até aqueles mais difíceis de perceber. Mas, de maneira global, podemos sintetizar em quatro principais: dificuldade de concentração ou falhas de memória, irritabilidade constante, estafa física e mental e problemas de sono”, explica Pedro Shiozawa, PhD em psiquiatra e especialista em pesquisa clínica aplicada pela Harvard Medical School.
Superar esses problemas demanda tempo e precisa ser construído em conjunto. Para isso, o ambiente de trabalho deve se mostrar disponível para acolher esse trabalhador. Um dos caminhos apontados por especialistas é a criação de um programa de prevenção, onde a principal ferramenta é a comunicação. “O primeiro passo é a escuta. Saber como está seu time. Conhecer sua população e a partir daí criar alguns programas, políticas ou ofertas de benefícios. As práticas são inúmeras, desde orientar funcionários a não mais emendar reuniões e dar respiros entre uma e outra até as mais profundas, como o estímulo de workshops para falar de saúde mental, estimulando uma troca de histórias entre as pessoas. Mas eu volto ao ponto inicial: comece pela escuta”, explica Daniela Diniz, diretora de conteúdo e relações institucionais do Great Place to Work (GPTW).
Ter o completo controle da sua saúde emocional não é uma tarefa fácil, mas, de acordo com o médico psiquiatra Pedro Shiozawa, cinco medidas simples podem ajudar a montar um verdadeiro escudo contra as doenças da mente. “Desenvolva a criatividade como, por exemplo, adotando um hobbie; fortaleça sua rede de suporte, investindo nas pessoas realmente presentes em sua vida, não em pseudo-conhecidos das mídias sociais; invista em sua resiliência e aproveite as oportunidades de crescimento; ria mais e reclame menos; e peça ajuda sempre que necessário”, pontua.
Jungle capacita líderes
Com a missão de estimular as organizações a identificar, criar e manter excelentes ambientes de trabalho e apoiar a estratégia de gestão de pessoas, o Great Place to Work lançou a Jungle, startup focada em promover a saúde mental nas empresas. Fundada pelos médicos Pedro Shiozawa e Bruno Shiozawa, a startup oferece ferramentas e mentoria para os gestores lidarem com um dos maiores desafios atuais: o bem-estar mental do colaborador.
“A adoção de programas efetivos de gestão emocional, tais como os oferecidos pela Jungle, associados à capacitação de lideranças e ao estímulo constante do desenvolvimento de um ambiente de confiança são alguns dos pilares para o desenvolvimento de um ambiente de trabalho emocionalmente estável”, diz Pedro Shiozawa.
Desde a sua criação, a Jungle já impactou mais de 15 mil vidas indiretamente, fazendo uma análise de barreiras para inovação de empresas e disponibilizando uma jornada de treinamento para lideranças identificarem cada dor.