COLUNA DO ESTADÃO

Estados querem manter aliança criada nos anos de Bolsonaro após eleições 2022

Já de olho no pós-eleição e depois de mais de três anos de relação conturbada com o governo federal, estados têm discutido formas de fortalecer institucionalmente a união de governadores firmada durante os últimos anos de gestão Bolsonaro

Cadastrado por

Camila Turtelli

Publicado em 12/04/2022 às 7:00 | Atualizado em 26/04/2022 às 18:13
10º Fórum Nacional de Governadores, no Palácio do Buriti, em Brasília, em março de 2022 - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Já de olho no pós-eleição e depois de mais de três anos de relação conturbada com o governo federal, estados têm discutido formas de fortalecer institucionalmente a união de governadores firmada durante os últimos anos de gestão Bolsonaro. A relação próxima que se instituiu entre as unidades federativas, resposta política à dificuldade de contato com o presidente, é algo inédito na história do País e fortaleceu órgãos como o Fórum de Governadores, consórcios estaduais e os conselhos nacionais de secretários de estado. Uma das preocupações entre eles agora é como manter essa relação para garantir a continuidade de projetos e iniciativas nos próximos quatro anos.

CAMINHO

Uma saída possível é menos política e mais técnica. O Conselho Nacional de Secretários de Administração (Consad), por exemplo, prepara uma cartilha para governadores eleitos ou reeleitos em outubro sobre continuidade.

TO-DO LIST

O Conselho estabelece 10 eixos prioritários para manter avanços conquistados nos últimos três anos: entre eles, estão temas ligados a governo digital, concessões e PPPs, comunicação institucional e formação de lideranças em gestão pública e governança ambiental.

NO RADAR

Especialista em estratégia e inovação, Paula Sampaio deixou a XP para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Regional de São Paulo, onde vai coordenar as iniciativas do sandbox regulatório do marco legal das startups. O PSDB paulista quer lançá-la para disputar vaga na Câmara em outubro.

FOTO

Deu pano pra manga entre os adversários de Bolsonaro vídeo em que ele aparece com o deputado Éder Mauro (PL-PA) divulgando sua ida ao Pará no dia 28. No fim do mês passado, o irmão do parlamentar, Amaurivaldo Cardoso Barra, foi alvo de busca e apreensão e exonerado do comando da Secretaria Nacional de Pesca no Pará, em investigação sobre fraudes no Seguro Defeso.

PESCADO

A Operação Tarrafa investiga desvio de R$ 1,5 bilhão em pagamentos de benefícios de 1.340 municípios brasileiros. Amaurivaldo tem dito que só vai se manifestar ao final das investigações.

NÃO FOI ELE

Mauro defende o irmão. "Do que conheço do meu irmão, sei de sua índole. A questão de sua senha ter sido usada indevidamente em outros Estados e no Pará, e ainda hackeada, vai ser esclarecida pela PF, não tenho dúvida."

AMIGO

Jaques Wagner, que representava Lula na Brazil Conference, disse que circulou solto pelo evento e que conversou com todo mundo. "Quem andava cheio de seguranças e fazendo várias exigências era o ex-juiz (Sérgio Moro)", escreveu no Twitter.

ESCOLA

A revelação do esquema de "escolas fakes" pelo Estadão balançou a situação do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, um dos principais articuladores da pré-campanha de Jair Bolsonaro (PL).

COM MATHEUS LARA E GUSTAVO CÔRTES

PRONTO, FALEI!

Renan Calheiros

Senador (MDB-AL)

"O MDB é um partido com projetos estaduais e é preciso que nós tenhamos uma estratégia eleitoral que ajude nos palanques nesses Estados."

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