Jair Bolsonaro e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não trocam uma palavra há mais de um mês. A última vez foi em 26 de abril, num evento de prefeitos em Brasília. Quando precisa tratar de temas de votações relevantes, Pacheco fala com Paulo Guedes e Ciro Nogueira. Governistas creem que Pacheco "senta em cima" de propostas que poderiam ajudar o presidente a melhorar sua imagem eleitoral, como a reforma do IR e o teto do ICMS de gasolina e luz. A aliados, Pacheco diz que não é má vontade, mas não crê em impacto real para o consumidor. Na terça, em um almoço no Planalto para falar sobre como os Poderes podem ajudar a conter a inflação, só Arthur Lira (PP-AL) foi convidado. Pacheco foi excluído.
BABEL
As divergências não param por aí. Pacheco também já firmou opinião sobre o novo Refis. Para ele, o programa de refinanciamento de dívidas com o Fisco "não pode ser só para um grupo" e tem de valer tanto para pessoas físicas quanto para empresas. Arthur Lira quer restringir o benefício às empresas.
RESISTÊNCIA
Apesar da tentativa de aproximação de Bolsonaro com o governador Romeu Zema (Novo), o senador Carlos Viana (PL) diz seguir confiante que, ao final, o presidente precisará dele para ter palanque em Minas Gerais. Para aliados de Viana, a aprovação de Lula no Estado faz com que Zema evite uma aliança aberta com o bolsonarismo.
SOBROU
Além de Lula e Fernando Haddad, o MBL incluiu a PUC-SP na denúncia que fez à Justiça Eleitoral por campanha antecipada. Evento dos petistas na última terça-feira foi lá.
CENTRINHO
Em jantar com empresários do Grupo Esfera, Rodrigo Garcia (PSDB) disse que "com certeza" apoiará Simone Tebet (MDB) na corrida ao Planalto. Relatos de convidados dão conta de que o tucano está entusiasmado com a associação de seu nome ao da emedebista como representantes da terceira via.
TERRENO
No discurso aos empresários, Garcia colocou em prática a estratégia traçada para disputar votos nos grupos simpáticos a Tarcísio de Freitas (Republicanos): falar de infraestrutura, tema favorito do adversário, que liderou a pasta no governo Jair Bolsonaro.
LADRILHAR
Garcia tem dito que Tarcísio entrega "obras de papel" e cita números do próprio Ministério da Infraestrutura para provar. Segundo o Dnit, em 2021, só foram implantados 650 metros em novas estradas no Sudeste.
OS OPOSTOS...
O candidato ao Senado pelo Rio André Ceciliano (PT) e o deputado estadual bolsonarista Rodrigo Amorim (PTB-RJ), famoso por ter quebrado a placa da vereadora assassinada Marielle Franco, trocaram elogios e se trataram como "irmão" em um programa da Rádio Tupi ontem, no Rio.
...SE ATRAEM
Ceciliano lembrou com orgulho de uma lei que elaborou com Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em 2018, que permite a policiais portarem armas e coletes fora do trabalho.
PRONTO, FALEI!
Magno Karl
Diretor executivo do Livres
"Ficamos presos em um ciclo de receitas fáceis para problemas complexos, não só com Bolsonaro e Lula, mas também com Ciro Gomes, o inventor de números."