O presidente Jair Bolsonaro procurou ontem o senador Carlos Viana (PL) e disse para ele manter a pré-candidatura ao governo de Minas Gerais por avaliar que está difícil fechar um acordo com o governador Romeu Zema (Novo), como gostaria. Na última segunda, Bolsonaro falou a Zema que queria espaço na chapa do candidato do Novo, mas o governador resiste por temer que a rejeição do presidente em Minas acabe respingando em sua própria campanha. O Novo aceita ceder a vaga ao Senado para um nome de meio-termo: Marcelo Aro (PP). Mas Bolsonaro prefere ver no lugar o aliado Marcelo Álvaro Antônio (PL), nome que o Partido Novo diz estar fora de cogitação.
Tango
Se Bolsonaro precisa de um acordo com Zema para viabilizar um palanque no segundo maior colégio eleitoral do País, Zema também tem interesse em tirar Carlos Viana da disputa. Com um candidato em Minas, Bolsonaro pode levar a eleição ao segundo turno - hoje, segundo as pesquisas, Zema poderia ser reeleito no 1.º turno.
Invisível
O governador tenta uma equação complicada: deseja um acordo com Bolsonaro, mas não quer aparecer com o presidente na campanha, pelo menos no primeiro turno. "O Novo tem candidato a presidente e não dará palanque a Bolsonaro", diz um aliado do mineiro.
Costura
Zema ofereceu a vice a Aécio Neves (PSDB), que dará a palavra final sobre a entrada do radialista Eduardo Costa (Cidadania) na chapa. O nome também tem a bênção do empresário Rubens Menin, desafeto de Alexandre Kalil (PSD).
Cheguei
No último sábado, dias antes do anúncio de embarque do PSD na candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, Gilberto Kassab já dava comandos à campanha do bolsonarista. Sugeriu que o nome do substituto de José Luiz Datena ao Senado deve ser escolhido após pesquisas de intenção de voto.
Nas estrelas
Além de Paulo Skaf (Republicanos), Marco Feliciano (PL) e Carla Zambelli (PL), um novo competidor entrou nessa corrida: o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Marcos Pontes. Segundo o deputado Capitão Augusto, com a fama de astronauta, Pontes pode agregar votos de eleitores de fora da bolha bolsonarista.
Cenário
Políticos da esquerda à direita dizem ter chegado à conclusão de que, com a PEC Kamikaze, Bolsonaro
cristaliza a previsão de que a eleição será decidida no segundo turno.
Vai?...
Enquanto o MDB do Rio Grande do Sul não se decide, Eduardo Leite (PSDB) se aproxima do União Brasil e negocia entregar a vice a Luiz Carlos Busato. Assim, ele ofereceria o palanque nacional a Luciano Bivar (União), deixando Simone Tebet (MDB) em segundo plano.
...ou não vai?
O arranjo é parecido com o de São Paulo. Rodrigo Garcia (PSDB) já garantiu palanque a Bivar e diz que o
apoio a Tebet depende da confirmação do acordo nacional, o que para os tucanos passa pelo RS.
Pronto, falei!
"Não é possível ter um concorrente da esquerda na mesma coligação. O PSOL aceita a vice, e nós vamos
ao Senado", diz Carlos Siqueira, Presidente do PSB, sobre a composição da aliança em SP.