Por causa do novo coronavírus, rotinas foram mudadas e países no mundo inteiro pararam. Até então, o isolamento social é a melhor forma de evitar o avanço da doença. Por isso, uma corrida internacional foi iniciada para descobrir a vacina que pode pôr um fim na pandemia que já infectou 4,3 milhões de pessoas e fez 297 mil vítimas fatais. Na última terça-feira (11), a Organização Mundial da Saúde registrou 110 projetos, oito na fase de ensaios clínicos, testados em seres humanos.
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"Temos alguns tratamentos que parecem estar em estudos muito iniciais, limitando a gravidade ou a duração da doença, mas não temos nada que possa matar ou parar o vírus", informou a porta-voz da OMS Margaret Harris em uma coletiva de imprensa virtual, na última terça (12).
Os Estados Unidos e a China saíram na frente desta corrida ao anunciar, nos dias 16 e 17 de março, respectivamente, o início dos testes das vacinas em humanos.
A primeira vacina contra a covid-19 a ser testada em humanos foi desenvolvida em uma parceria entre o governo americano, o Instituto de Pesquisa em Saúde Kaiser Permanente, em Seattle (EUA), e a empresa de biotecnologia Moderna. A imunização se baseia em trechos de RNA, molécula prima do DNA, que compõem o material genético do vírus. Em entrevista à emissora americana NBC, a farmacêutica multinacional informou que ela pode ficar pronta em setembro deste ano, se todos os testes derem certo.
Criada pela empresa farmacêutica chinesa CanSino, a vacina experimental começou a ser testada um pouco depois da americana, mas foi a primeira a alcançar a fase 2 dos testes clínicos, começando a recrutar 500 voluntários no dia 15 de abril de 2020.
A vacina usa como vetor um patógeno modificado, do grupo dos adenovírus, que são um grupo de vírus que normalmente causam doenças respiratórias. Os testes começaram em março de 2020 e devem durar cerca de um ano.
No dia 6 de abril, a empresa de biotecnologia americana Inovio Pharmaceuticals começou a testar a primeira fase da vacina com DNA. O seu método tem semelhanças com a vacina de RNA, com a diferença de que o genoma do vírus, na parte correspondente ao código da proteína S, foi adaptado para uma molécula de DNA.
Para injetar a vacina na pele ou nos músculos dos voluntários, os pesquisadores da empresa usam uma tecnologia que emite um breve pulso elétrico, facilitando a entrada do material genético nas células por meio da abertura de pequenos poros.
Duas abordagens estão sendo desenvolvidas pelo Instituto Médico Genoimune de Shenzhen, na China, partindo do princípio que seria possível usar células geneticamente modificadas como vacinas.
Essas células dendríticas, como são conhecidas, ajudam o sistema imunológico a reconhecer invasores. A ideia é incluir no material genético uma espécie de biblioteca de vários fragmentos de genes do Sars-CoV-2, bem como outros genes com a receita de moléculas que ativam o sistema imune.
No Brasil, pesquisadores do Instituto Butantan, em São Paulo, estão desenvolvendo uma vacina a partir de um mecanismo usado por algumas bactérias para enganar o sistema imunológico humano. No estudo realizado, os pesquisadores irão utilizar pequenas bolhas, ou vesículas, fabricadas em laboratório e que serão acopladas nas vesículas proteínas da superfície do novo coronavírus. O objetivo é que, em contato com o sistema de defesa, as bolhas criem uma memória imunológica no organismo e estimule a produção de anticorpos específicos contra a covid-19.
Além da vacina, outra forma de combate ao vírus são os tratamentos antivirais. Uma combinação dos antivirais usado contra o vírus da HIV e a ribavirina, frequentemente utilizado em casos de hepatite C, pode ser um tratamento promissor contra o novo coronavírus. A pesquisa é realizada por seis hospitais de Hong Kong e foi publicada na revista científica The Lancet. No entanto, o estudo observou apenas casos mais leves e moderados do vírus.
O Instituto de Israel para a Investigação Biotecnológica, do Ministério da Defesa, anunciou que desenvolveu um anticorpo para o coronavírus e que prepara a patente para depois entrar em contato com empresas farmacêuticas, com o objetivo de produzir em escala comercial. Em comunicado, o instituto assegura que o anticorpo desenvolvido ataca e neutraliza o vírus nas pessoas doentes.
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Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.