A Espanha registrou apenas três novas mortes por coronavírus nas últimas 24 horas, mas monitora três surtos "de risco" que geram "preocupação", disse uma autoridade de saúde nesta quinta-feira (25).
O país foi gravemente atingido pela pandemia, mas conseguiu reduzir contágios e desconfinou sua população no último final de semana.
O Ministério da Saúde registrou nesta quinta-feira 28.330 mortos por covid-19, três a mais que no dia anterior e onze adicionais à última semana.
No entanto, as autoridades detectaram "surtos que estão sendo acompanhados com muito cuidado" e alguns deles "preocupam pelo volume", disse Fernando Simón, diretor do centro de emergências de saúde adjunto ao Ministério.
Dos quarenta surtos detectados "nas últimas semanas", "há três fundamentais" considerados "de risco", disse Simon.
O mais importante afeta Aragão (nordeste), onde "foram identificados 250 casos", quase todos "em grupos de trabalhadores temporários" que viajaram à região para trabalhar na coleta de frutas e outros na "população local".
Por esse motivo, o governo regional impôs medidas para reduzir os contatos sociais e reforçar as normas de segurança, como o uso de máscaras, além de evitar o deslocamento a partir das áreas afetadas.
Outro surto que "preocupa" foi detectado em um centro da Cruz Vermelha em Málaga (sul), com 89 casos, explicou Simón.
Um terceiro surto importante, porém menor atinge a Cantábria (norte).
Simón destacou que as autoridades têm "claro controle sobre grande parte da transmissão que ocorre na Espanha" e "capacidade de resposta muito mais rápida" do que no início da epidemia.
"Estamos em uma situação na qual os esforços realizados para o diagnóstico traz a sensação de que continuamos bem, mas devemos ser cautelosos", disse.
Questionado sobre o fechamento ao público de casas de repouso em Madri após novos casos, Simón considerou que "qualquer ação tomada para reduzir os riscos nas casas de repouso é bem-vinda" e "exagerar nos cuidados" é positivo.
Segundo a imprensa espanhola, pelo menos 27 casas de repouso em Madri, onde foram registradas milhares de mortes por COVID-19, restringiram as visitas.
Na residência Dr. González Bueno, por precaução, Rafael Salcedo pôde encontrar o pai apenas no jardim, em um dia quente.
"Está sendo um pouco difícil, mas essas medidas são para o seu próprio bem", disse Salcedo, de 60 anos, à AFPTV.
Enquanto isso, o Congresso espanhol validou com grande maioria nesta quinta-feira o decreto que regula o que o governo chama de "nova normalidade" após o confinamento.
A norma determina, entre outras coisas, o uso obrigatório de máscaras, se não for possível garantir 1,5 metros de distância entre as pessoas.