A agência de aviação civil dos Estados Unidos (FAA) encerrou nesta quarta-feira (1º) a série de voos de certificação do Boeing 737 MAX, uma etapa crucial para a sobrevivência da fabricante de aviões, que deixou de operar em março de 2019 após duas catástrofes aéreas, informaram as autoridades.
"A FAA e a Boeing concluíram hoje [quarta, 1º] os voos de teste de certificação no Boeing 737 MAX. Durante três dias de testes nesta semana, pilotos e engenheiros da FAA avaliaram as modificações da Boeing no sistema de controles automatizados de voo", segundo um comunicado da agência.
A FAA será responsável por dar ou não o aval para o 737 MAX voar novamente. Dois acidentes envolvendo esse modelo, em que 346 pessoas morreram, levaram o seu uso a ser suspenso.
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O avião iniciou os voos de certificação na segunda-feira no Boeing Field, perto de Seattle, o berço da fabricante americana.
A FAA não deu detalhes sobre como foram os testes, mas insistiu que a proibição de voos só será revogada quando os especialistas em segurança da agência "tiverem certeza de que o avião atende aos critérios de certificação".
Durante a investigação pós-acidente do 737 MAX, a agência foi acusada de conluio com equipamentos da Boeing, o que poderia ter levado a uma certificação muito rápida do avião e seu sistema de estabilização, o MCAS.
Esse programa foi identificado como o responsável pelos acidentes da companhia aérea indonésia Lion Air, em outubro de 2018, e da Ethiopian Airlines, em março de 2019.
A Boeing trabalha há meses para devolver seu modelo de médio porte, cujas vendas representavam sua principal fonte de receita antes da crise, mas a FAA detalhou meia dúzia de condições a mais para obter uma possível certificação.
No final de abril, a empresa anunciou o corte de 10% de sua força de trabalho, cerca de 16.000 empregos.
A agência de classificação de crédito S&P rebaixou a nota da Boeing de A para BBB, colocando-a um nível na categoria especulativa.