Um alto funcionário do Departamento de Saúde dos Estados Unidos afirmou neste domingo que, diante do possível aumento do número de mortes por covid-19 no país, o governo deveria examinar todas as medidas possíveis para conter a doença, incluindo novos confinamentos nos estados mais afetados.
"Estamos todos muito preocupados", disse o almirante Brett Giroir, secretário assistente do Departamento de Saúde, ao canal ABC.
>> EUA batem recorde e registram mais de 64 mil novos casos em 24 horas
>> Com 300 mil casos em seis dias, Estados e cidades retomam restrições nos EUA
Em particular, ele defendeu o novo fechamento de bares, um maior distanciamento entre clientes nos restaurantes e um uso praticamente universal de máscaras nas áreas mais afetadas, em sua maioria nos estados do sul do país optaram por uma abertura agressiva.
"Para que isso funcione, devemos ter 90% das pessoas usando máscaras em público nas áreas com mais pontos" (de contágio), afirmou Giroir.
"Se não conseguirmos isso, não teremos o controle do vírus. É absolutamente essencial", completou.
Os comentários foram feitos um dia depois do presidente Donald Trump, que minimiza o uso de máscaras, ter aparecido com uma pela primeira vez em público.
Os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças, uma instituição federal, pedem o uso generalizado de máscaras desde abril.
No fim de semana, vários estados do país registraram novos recordes de contágios. Durante a semana, sete estados contabilizaram números diários recordes de mortes provocadas pela covid-19.
Giroir disse que as autoridades esperam que o número de mortes aumente nas "próximas duas, três semanas, antes que a situação se reverta".
Os Estados Unidos lideram a lista de países mais afetados pela pandemia, com mais de 134.000 mortos e mais de 3,2 milhões de casos.
As UTIs de muitos hospitais do país trabalham perto do limite de sua capacidade.
Giroir enfatizou, no entanto, avanços no combate à pandemia, com mais testes e a disponibilidade de novos tratamentos.
Ele disse que o governo se prepara para um período de desafio no outono (hemisfério norte, primavera no Brasil), por uma possível nova onda de covid-19 em conjunto com a gripe sazonal.