Um dia após os Estados Unidos afirmarem que haviam comprado todas as vacinas contra o coronavírus das farmacêuticas BioNTech e Pfizer, esta última empresa enviou um comunicado à imprensa, nesta quinta-feira (23), desmentindo a notícia.
Segundo nota da Pfizer, "o governo norte-americano não comprou todas as doses que serão produzidas em 2020". Logo a seguir, a farmacêutica explica que a sua produção da vacina até o fim de 2021 está estimada em 1,3 bilhão de doses e que "a companhia está em contato com os governos de todo o mundo, incluindo o Brasil, para disponibilizar sua futura vacina à população", diz um trecho do comunicado.
>> EUA fecham compra de todas vacinas contra novo coronavírus da Pfizer e BioNTech em 2020
Na segunda-feira (20), Pfizer e BioNTech anunciaram resultados positivos nos estudos da vacina experimental que desenvolvem juntas. De acordo com as farmacêuticas, foram verificadas respostas imunes "fortes", e em velocidade anterior ao prazo estimado, das chamadas células T, consideradas fundamentais para protegerem um organismo do novo coronavírus. A pesquisa, que ainda precisa ser avaliada por pares para posterior publicação em revista científica, não registrou efeitos colaterais graves em indivíduos que receberam a vacina.
"Em relação ao acordo entre Pfizer, BioNTech e o Governo NorteAmericano para a futura disponibilização da vacina contra a covid-19 em todo mundo, a Pfizer esclarece:
O governo norte-americano não comprou todas as doses que serão produzidas em 2020.
O acordo estabelecido prevê uma compra inicial de 100 milhões de doses, seguida por uma compra de 500 milhões de unidades, com entregas a serem realizadas ao longo de 2020/2021.
A Pfizer estima ter uma produção de 1.3 bilhão de doses entre 2020 e 2021.
A companhia está em contato com os governos de todo o mundo, incluindo o Brasil, para disponibilizar sua futura vacina à população.
Julho de 2020
Pfizer Brasil"
Na quarta-feira (22), o governo norte-americano havia divulgado um acordo para comprar, ainda em 2020, todas as 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19 que seriam produzidas até o fim do ano. É bom lembrar que elas estão em fase final de testes e, hoje, não há medicamento 100% eficaz para combater o novo coronavírus.
A informação inicial era que os Estados Unidos, após acordo com Pfizer e BioNTech, desembolsaria um total de US$ 1,95 bilhão para comprar todas as 100 milhões de doses - o máximo que as farmacêuticas poderiam produzir até dezembro de 2020 -, após a aprovação da profilaxia pela Agência de Alimentos e Drogas dos EUA (FDA, na sigla em inglês). O acordo firmado ainda previa entrega de até 600 milhões de doses aos EUA ao longo do ano seguinte.
"Estamos comprometidos em tornar o impossível possível, trabalhando incansavelmente para desenvolver e produzir em tempo recorde uma vacina segura e eficaz para ajudar a pôr fim à crise global de saúde", disse o Dr. Albert Bourla, presidente e CEO da Pfizer. "Estamos satisfeitos por termos assinado este importante acordo com o governo dos EUA para fornecer as 100 milhões de doses iniciais após a aprovação pelo FDA", completou o CEO da BioNTech, Ugur Sahin.