Críticas ao desmatamento vêm de países "menos competitivos", diz Bolsonaro

A declação foi feita neste domingo (22) na cúpula virtual do G20
AFP
Publicado em 22/11/2020 às 18:33
"São dados concretos e não frases demagógicas que rebaixam o debate público e, no limite, ferem a própria causa que fingem apoiar", disse o presidente durante seu discurso Foto: MARCOS CORREA / BRAZILIAN PRESIDENCY / AFP


RIADE  - As críticas ao aumento do desmatamento no Brasil são "ataques injustificados" e "demagogia" que vêm de países "menos competitivos", disse o presidente Jair Bolsonaro neste domingo (22) na cúpula virtual do G20.
"São dados concretos e não frases demagógicas que rebaixam o debate público e, no limite, ferem a própria causa que fingem apoiar", disse o presidente durante seu discurso na cúpula organizada pela Arábia Saudita.
Bolsonaro mencionou em particular a "revolução agrícola" que, segundo ele, permitiu ao Brasil usar "apenas 8% de nossas terras para agricultura e 19% para a pecuária", preservando a vegetação nativa em "66% do território".
"Tenho orgulho de apresentar esses números e reafirmar que trabalharemos sempre para manter esse elevado nível de preservação, bem como repelir ataques injustificados proferidos por nações menos competitivas e menos sustentáveis", insistiu o presidente.
Cético em relação às mudanças climáticas, Bolsonaro tem enfrentado muitas críticas da comunidade internacional sobre sua gestão ambiental, principalmente em 2019, devido ao forte aumento de incêndios na Amazônia durante seu primeiro ano no poder.
Os incêndios florestais continuam devastando a floresta tropical este ano, com nada menos que 93.356 incêndios registrados de janeiro a outubro na Amazônia, em comparação com 89.176 no mesmo período do ano passado, um aumento de 4,5%.
O desmatamento na Amazônia voltou a subir no último mês, um aumento de 50% em relação a outubro de 2019, após quatro meses de queda. Com quase 7.899 km2 desmatados nos dez primeiros meses do ano, o total ainda é um pouco inferior ao de janeiro a outubro de 2019 (8.425 km2).
Este total, porém, já é muito superior ao total de cada um dos anos anteriores à chegada de Bolsonaro ao poder (4.951 km2 em 2018, 3.551 km2 em 2017, 6.032 km2 em 2016 e 2.195 km2 em 2015).
Essas questões ambientais estão no centro da relutância de vários países em ratificar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, anunciado no ano passado após 20 anos de negociações para criar a maior zona franca de comércio do mundo.

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