O aplicativo de troca de mensagens Whatsapp anunciou nesta sexta-feira (15) que adiará uma alteração em suas normas sobre troca de informações devido à perda de usuários para concorrentes como Telegram ou Signal.
"Estamos adiando a data em que se pedirá às pessoas para revisar e aceitar os novos termos", informou o Whatsapp, de propriedade do Facebook, em uma publicação em seu blog.
A empresa cancelou o prazo de 8 de fevereiro para que os usuários aceitassem as novas normas, que incluem compartilhar suas informações com os servidores do Facebook. A mudança será revista e foi adiada até 15 de maio.
Os novos termos foram rejeitados por usuários de fora da Europa que não aceitaram que um prazo fosse imposto a eles para cortar seu serviço.
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A mudança está relacionada à forma como os comerciantes que usam o WhatsApp para entrar em contato com os clientes podem compartilhar os dados com o Facebook, que por sua vez pode usar as informações para anúncios personalizados, de acordo com a rede social.
"Não podemos ver suas mensagens privadas ou ouvir suas ligações, nem o Facebook", garantiu o WhatsApp em um post anterior. "Não mantemos registro da atividade dos usuários em mensagens ou ligações. Não podemos ver sua localização e nem o Facebook".
Segundo o WhatsApp, as informações sobre a localização e o conteúdo das mensagens são criptografadas de ponta a ponta.
"Estamos dando às empresas a opção de usar os serviços de armazenamento de dados seguros que o Facebook tem para gerenciar conversas com seus clientes, responder a perguntas e enviar informações úteis, como recibos de compra", explicou o WhatsApp, que reconheceu, porém, que isso pode resultar em publicidade no Facebook.
Como consequência, o aplicativo rival Telegram teve um aumento acentuado de usuários desde o anúncio do WhatsApp, disse o fundador da rede social, Pavel Durov.
Durov, 36, de origem russa, disse em seu canal no Telegram nesta semana que o aplicativo atingiu 500 milhões de usuários ativos por mês nas primeiras semanas de janeiro e "25 milhões de novos usuários nas últimas 72 horas".
"As pessoas não querem mais trocar sua privacidade por serviços gratuitos", disse Durov à AFP, sem se referir diretamente ao concorrente. O WhatsApp garante ter mais de 2 bilhões de usuários.
A Índia é o principal mercado de WhatsApp com 400 milhões de usuários, mas nas últimas semanas milhões de pessoas mudaram para o Telegram ou Signal, que também confirmou um rápido aumento de usuários, ajudado em parte por um tuíte do homem mais rico do mundo, Elon Musk, que o recomendou.