O principal opositor ao Kremlin, Alexei Navalny, foi enviado neste domingo (28) a uma região 200 km ao leste de Moscou para cumprir sua pena de dois anos e meio de prisão em uma colônia penal.
"Alexei Navalny chegou a um estabelecimento do serviço penitenciário russo da região de Vladimir para cumprir sua pena", afirma um comunicado divulgado pela Comissão Pública de Vigilância de Moscou (ONK).
O secretário-geral da ONK, Alexei Melnikov, declarou à agência de notícias Interfax que Navalny passará por um período de quarentena antes de ser enviado a um dos centros penitenciários da região.
Navalny será levado para a colônia penal número 2, na pequena cidade de Pokrov, na região de Vladimir, informaram fontes entrevistas pelas agências de notícias TASS e Ria Novosti.
O centro de detenção, com capacidade para 800 presos, é de "regime normal", o que significa que tem condições de detenção menos severas que outras penitenciárias, informaram os meios de comunicação.
Na sexta-feira, o diretor do Serviço Prisional Federal da Rússia, Alexander Kalashnikov, anunciou que Navalny já havia sido transferido.
"Ele foi transferido para o local onde deveria estar por decisão do tribunal", declarou Kalashnikok.
O diretor também afirmou que o opositor "não tem nenhuma ameaça a sua vida ou saúde".
"Ele cumprirá sua sentença em condições absolutamente normais", disse Kalashinikov, antes de indicar que "o senhor Navalny, se desejar, participará das atividades de produção".
Como no período da ex-União Soviética, a maioria das penas de prisão na Rússia são cumpridas em centros penitenciários às vezes afastados de tudo.
Os detidos com frequência são obrigados a trabalhar em oficinas de costura ou de fabricação de móveis, por exemplo.
Na quinta-feira, advogados e parentes de Navalny anunciaram que ele havia sido retirado do centro de detenção de Moscou em que estava preso desde janeiro.
A justiça russa confirmou na semana passada a sentença do ativista anticorrupção de 44 anos em um caso de fraude que data de 2014, algo que Navalny, vários países e ONGs denunciam como um processo político.
O principal opositor do presidente Vladimir Putin foi detido em 17 de janeiro ao retornar da Alemanha, onde permaneceu por cinco meses para recuperar-se de um envenenamento que atribui ao Kremlin, o que o governo russo nega.
Navalny também foi condenado a pagar uma multa por "difamação" e aguarda outros julgamentos e uma investigação por fraude, acusação que pode resultar em pena de 10 anos de prisão.