Bombardeio

Israel destrói escritórios internacionais de imprensa em Gaza; veja imagens

Prédio de 13 andares atacado pela Força Aérea israelense, que acabava de ser evacuado por equipes da rede Al Jazeera e da agência de notícias norte-americana Associated Press (AP)

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AFP

Publicado em 15/05/2021 às 17:27 | Atualizado em 15/05/2021 às 17:31
Bombardeio destrói prédio que abrigava veículos de imprensa em Gaza - Foto: MOHAMMED ABED / AFP

Um prédio na Cidade de Gaza que abrigava escritórios internacionais de imprensa foi destruído por um bombardeio anunciado minutos antes pelo exército israelense neste sábado (15), enquanto um enviado dos Estados Unidos chegava ao país para negociações.

O prédio de 13 andares atacado pela Força Aérea israelense, que acabava de ser evacuado por equipes da rede Al Jazeera e da agência de notícias norte-americana Associated Press (AP), desabou, verificaram jornalistas da AFP.

"Corremos pelas escadas, desde o 11º andar, e agora estamos olhando para o prédio de longe. Esperamos que o exército recue", disse Fares Akram, correspondente da AP em Gaza, no Twitter antes do ataque.

A Força Aérea israelense já havia reduzido a escombros na quinta-feira um edifício de mais de 10 andares no qual estava instalada a rede palestina Al Aqsa, criada há alguns anos pelo Hamas.

Bombardeio em prédio que abrigava veículos de imprensa em Gaza - Foto: MOHAMMED ABED / AFP
Bombardeio em prédio que abrigava veículos de imprensa em Gaza - Foto: MOHAMMED ABED / AFP
Bombardeio em prédio que abrigava veículos de imprensa em Gaza - Foto: MOHAMMED ABED / AFP
Bombardeio em prédio que abrigava veículos de imprensa em Gaza - Foto: MOHAMMED ABED / AFP
Bombardeio em prédio que abrigava veículos de imprensa em Gaza - Foto: MOHAMMED ABED / AFP
Bombardeio em prédio que abrigava veículos de imprensa em Gaza - Foto: MOHAMMED ABED / AFP
Bombardeio em prédio que abrigava veículos de imprensa em Gaza - Foto: MOHAMMED ABED / AFP
Bombardeio destrói prédio que abrigava veículos de imprensa em Gaza - Foto: MOHAMMED ABED / AFP

"É horrível, muito triste, ter como alvo o escritório da Al Jazeera e as assessorias de imprensa", disse Wael Aldahdouh, chefe da redação da estação do Catar, à AFP.

"O mundo ficará menos informado sobre o que está acontecendo em Gaza por causa do que aconteceu hoje", lamentou o chefe da AP, Gary Pruitt, cuja agência se declarou "chocada e horrorizada" com o ataque.

As Forças Armadas israelenses confirmaram que seus caças "atacaram um prédio que abrigava alvos militares, pertencente à inteligência militar da organização terrorista Hamas".

Segundo o comunicado, o Hamas "esconde e usa como escudo humano" meios de comunicação que funcionavam no edifício.

Por sua vez, a Casa Branca afirmou ter alertado Israel que "é uma responsabilidade crucial cuidar da segurança dos jornalistas e da mídia independente", disse Jen Psaki, porta-voz do Executivo dos Estados Unidos, no Twitter.

Apesar da intensificação dos esforços diplomáticos para encerrar cinco dias de confrontos, o exército israelense bombardeou na noite de sexta-feira para sábado vários alvos em Gaza, que respondeu com disparos em direção a Israel.

Vítimas de atentados

Entre as vítimas dos últimos atentados israelenses estão 10 membros da mesma família, oito crianças e duas mulheres, que morreram no campo de refugiados de Al Shati quando o prédio de três andares em que estavam desabou, segundo fontes médicas.

O Hamas respondeu a esse bombardeio disparando uma salva de foguetes contra o centro de Israel, para vingar o ataque "contra mulheres e crianças".

Um israelense de 50 anos foi atingido por esses tiros nos arredores de Tel Aviv enquanto dirigia, informou a polícia israelense e serviços médicos.

Desde segunda-feira, pelo menos 139 palestinos perderam a vida, incluindo 39 menores, e 1.000 ficaram feridos, de acordo com o último balanço das autoridades palestinas.

Esta operação israelense é a mais importante desde a guerra de 2014 com o movimento islâmico em Gaza, e foi lançada depois que o Hamas disparou uma enxurrada de foguetes contra Israel como uma demonstração de sua "solidariedade" com o levante palestino na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental.

Desde então, mais de 2.300 foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel, matando 10 pessoas, incluindo um menor e um soldado, e ferindo 560.

De acordo com os militares, o escudo antimísseis "Cúpula de Ferro" interceptou mais da metade dos projéteis. 

Nesse contexto, o mais alto funcionário do Departamento de Estado americano para Assuntos Israelenses e Palestinos, Hady Amr, prevê se reunir com líderes israelenses em Jerusalém no domingo e visitar a Cisjordânia ocupada para encontrar autoridades palestinas.

Diante da escalada, o Conselho de Segurança da ONU deve se reunir no domingo.

Apesar dos apelos internacionais para a redução da escalada, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu advertiu que seu exército implicará "graves contratempos" ao movimento "terrorista" Hamas, que controla o enclave de Gaza.

"Eles estão pagando e vão continuar pagando caro. Ainda não acabou", frisou. Neste sábado, as autoridades israelenses permanecem em alerta, com novas manifestações planejadas na Cisjordânia ocupada.

Os palestinos relembram o Nakba a cada 15 de maio, uma "catástrofe" representada para eles pela criação de Israel em 1948. Todos os anos há altercações violentas com o exército e os colonos israelenses.

Além disso, em seu território, Israel também enfrenta uma escalada sem precedentes de violência intercomunitária em suas cidades "mistas", onde judeus e palestinos com cidadania israelense coexistem, especialmente em Lod (centro), Jaffa perto de Tel Aviv e Acre, no Norte do país.

Também na noite de sexta-feira, três foguetes foram disparados da Síria, vizinha de Israel, sem causar nenhum dano.

E na fronteira israelense-libanesa, soldados israelenses atiraram em manifestantes libaneses que conseguiram penetrar brevemente em território israelense e um membro do Hezbollah que participava da manifestação foi morto a tiros.


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