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Casos de covid-19 sobem na América do Norte e caem na América do Sul, indica Opas

Os casos de covid-19 aumentaram na semana passada na América do Norte e diminuíram na América do Sul, informou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta quarta-feira (15)

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AFP

Publicado em 16/09/2021 às 0:11 | Atualizado em 16/09/2021 às 3:34
Covid-19 se espalhou pelo mundo em 2020 - NATHAN HOWARD/GETTY IMAGES/AFP

Os casos de covid-19 aumentaram na semana passada na América do Norte e diminuíram na América do Sul, informou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta quarta-feira (15), apontando um crescimento de quase 20% nas novas infecções em toda a região.

“Na América do Norte, as infecções aumentaram em um terço devido a altas repentinas nos Estados Unidos e Canadá”, disse a diretora da Opas, Carissa Etienne, em coletiva de imprensa.

Os Estados Unidos notificaram mais de 100 mil novas infecções por dia pela primeira vez desde janeiro, afirmou ela, observando que a capacidade hospitalar no sul do país continua "preocupantemente baixa".

Enquanto isso, na província canadense de Alberta, as infecções dobraram, expondo uma "escassez crítica" de funcionários nos hospitais, acrescentou.

Etienne também indicou um incremento de casos e uma saturação hospitalar em países da América Central, como Costa Rica, Guatemala e Belize.

No Caribe, a Jamaica registrou seu maior número semanal desde o início da pandemia, e Grenada, Barbados e Bermuda relataram "fortes ascensões", disse ela.

Etienne, no entanto, destacou o declínio das infecções por coronavírus no sul do continente, que em meados de junho foi o epicentro global da pandemia. "A maioria dos países da América do Sul está vivendo uma queda contínua nas infecções e mortes por covid", afirmou.

Para Sylvain Aldighieri, gerente de incidentes da Opas, isso se deve a uma combinação de vários fatores.

A que se deve? 

Segundo o especialista, os significativos picos de contágio do vírus na América do Sul, ocorridos no primeiro trimestre do ano e a partir de junho, motivaram medidas de saúde pública mais rígidas, restringindo a mobilidade e a interação social e freando a transmissão.

"Também pode haver um fator associado à sazonalidade", disse Aldighieri. “As curvas epidemiológicas de influenza entre 2014 e 2019 para a América do Sul têm um comportamento semelhante ao da covid-19 entre 2020 e 2021.”

De qualquer forma, ele negou que a queda se deva à redução da testagem. “A vigilância laboratorial se manteve de acordo com os casos e as tendências”, explicou.

Para Aldighieri, outro fator importante a se considerar é o aspecto imunológico.

Na América do Sul, 231 milhões de pessoas receberam a primeira dose da vacina anticovid, mais de 132 milhões têm o esquema completo de duas doses e quase 9 milhões foram imunizados em dose única, indicam dados da Opas.

“Chile e Uruguai têm uma cobertura vacinal muito boa, acima de 60% ou 70%. Outros países estão aumentando rapidamente sua cobertura, como Equador, Argentina e Brasil, com mais de 30% e crescendo”, disse Aldighieri.

As autoridades sanitárias instaram a população a se vacinar com todas as doses necessárias e a manter as medidas sanitárias recomendadas para conter as infecções: distanciamento social, uso de máscara e limpeza frequente das mãos.

“Nos anima o fato de que mais de 30% das pessoas na América Latina e no Caribe foram totalmente vacinadas contra a covid-19”, afirmou Etienne, embora tenha ressaltado que isso “não é suficiente”.

A cobertura vacinal permanece muito baixa em muitos países, com taxas abaixo de 4% na Nicarágua e abaixo de 1% no Haiti, acrescentou ele, urgindo os países com vacinas em excesso a doá-las.

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