Autoridades de Los Llanos de Aridane, uma das cidades mais afetadas pelos fluxos de lava do vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, confirmaram nesta terça-feira (21) que cerca de 500 pessoas tiveram de abandonar suas casas após a abertura de uma nova fissura eruptiva. O total de deslocados subiu para 6 mil em toda a ilha, que conta com quase 85 mil habitantes. A nova cratera é a nona desde o início da atividade do Cumbre Vieja, no domingo (19).
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O vulcão expele colunas de fumaça que alcançam centenas de metros de altura e entre 8 mil e 10.500 toneladas de dióxido de enxofre por dia, segundo o Instituto Volcanológico de Canarias (Involcan). Apesar disso, o espaço aéreo da ilha permanece aberto.
Um dos que foram removidos do local é Israel Castro Hernández, que testemunhou sua casa ser destruída pela erupção, a primeira registrada na ilha desde 1971. "O vulcão diz 'saio por aqui' e acaba com toda a sua vida praticamente", lamenta este homem de 46 anos, em entrevista à AFPTV.
Junto a ele, sua esposa Yurena Torres Abreu ainda não conseguia assimilar o que aconteceu. "Continuamos olhando para lá e não conseguimos acreditar. Ainda pensamos que nossa casa está debaixo desse vulcão", contou emocionada. "Não há o que fazer. É a natureza".
O Cumbre Vieja estava sob forte vigilância há uma semana devido a uma intensa atividade sísmica e, segundo o Involcan, a erupção pode durar "várias semanas ou alguns meses".
"Sabemos quando começou, mas não sabemos o quanto resta", lamentou Juan Aragón, um morador de La Palma que também precisou deixar sua casa.