Os talibãs afirmaram, nesta terça-feira (28), que adotarão temporariamente a Constituição monárquica de 1964, que concedia às mulheres o direito ao voto, mas avisaram que eliminarão qualquer elemento com o qual não estiverem de acordo.
O ministro da Justiça em exercício afirmou em um comunicado que os islâmicos querem adotar a Constituição usada durante um efêmero período de monarquia constitucional no Afeganistão, mas apenas temporariamente e com emendas.
"O Emirado Islâmico adotará a Constituição da época do antigo rei Mohammed Zahir Shah durante um período temporário", disse Mawlavi Abdul Hakim Sharaee.
Tudo o que estiver no texto e entrar em conflito com a sharia e os princípios do Emirado Islâmico será descartado, acrescentou.
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Há quase seis décadas, antes que as superpotências mundiais invadissem o país, o Afeganistão desfrutou de um breve período de monarquia constitucional no reinado do rei Mohammed Zahir Shah.
O rei ratificou a Constituição um ano depois de chegar ao poder em 1963, abrindo espaço para quase uma década de democracia parlamentar, antes de ser derrubado em 1973.
A Constituição de 1964 concedeu às mulheres o direito ao voto pela primeira vez e favoreceu sua maior participação na política.
O Talibã, que chegou ao poder em agosto, prometeu ser mais inclusivo que seu brutal e antigo governo entre 1996 e 2001, quando as mulheres foram excluídas da vida pública, principalmente do trabalho e da educação.
No entanto, quando apresentou seu governo provisório no início deste mês, todos os altos cargos foram para os defensores da linha dura e nenhuma mulher foi incluída.