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Avalanche no vulcão nevado no Equador deixa três mortos e três desaparecidos

O deslizamento de neve não tem relação com atividade vulcânica e, segundo os bombeiros, se deveu "às condições climáticas"

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AFP

Publicado em 25/10/2021 às 7:15
A avalanche foi registrada neste domingo (24) - Handout/ECU911/AFP

Uma avalanche registrada neste domingo (24) no vulcão nevado Chimborazo, no centro andino e o mais alto do Equador, atingiu um grupo de montanhistas, deixando ao menos três mortos e três desaparecidos, informaram as autoridades equatorianas.

"Reporta-se que há três montanhistas desaparecidos, três falecidos, e sete resgatados de um total de 16 pessoas", informaram em um comunicado os Bombeiros de Quito, que apoiam a operação de resgate.

Um boletim anterior do Serviço Integrado de Segurança ECU911 tinha registrado quatro mortos e um ferido na avalanche.

Os escaladores são equatorianos, segundo o jornal El Comercio de Quito.

O deslizamento de neve não tem relação com atividade vulcânica e, segundo os bombeiros, se deveu "às condições climáticas".

"Enquanto eles escalavam o nevado Chimborazo, uma avalanche caiu sobre um grupo de pessoas que estava a uma altitude de 6.100 metros acima do nível do mar", informou o ECU911 em um comunicado.

O Chimborazo, um vulcão potencialmente ativo com neve eterna, situado 130 km ao sul de Quito, tem 6.263 metros de altitude, sendo o mais alto do Equador e um dos principais do mundo.

Em seus sopés ficam as cidades de Riobamba e Ambato, capitais das províncias de Chimborazo e Tungurahua.

O maciço, onde se pratica esqui, atrai escaladores equatorianos e estrangeiros.

Policiais e militares especializados em operações de alta montanha, assim como socorristas, seguiram para o Chimborazo, onde as autoridades instalaram um posto de comando unificado para coordenar as ações de resgate.

O ministério do Ambiente determinou o fechamento temporário da reserva natural Chimborazo, que é permanentemente visitada por turistas.

Em 2003 foram encontrados nos pés do vulcão os restos de um avião de bandeira equatoriana, que se acidentou em 1976 com 59 pessoas a bordo.

A aeronave se chocou com uma grande parede de pedra do Chimborazo e uma avalanche de neve o ocultou até ser encontrado por escaladores a cerca de 700 metros do cume.

A área do acidente foi declarada campo santo.

Em 2015 também foram encontrados a 5.600 metros de altitude os corpos de três escaladores, possivelmente estrangeiros, que tinham desaparecido há 20 ou 30 anos.

Outra avalanche registrada no Chimborazo em 1994 deixou dez mortos, incluindo seis franceses e um suíço.

O vulcão também é o mais alto da face norte da cordilheira dos Andes, segundo o Instituto Geofísico de Quito.

A erupção mais recente foi registrada entre o século V e o fim do século VII, prosseguiu a fonte.

"O intervalo médio entre as erupções é de mil anos e, portanto, o Chimborazo é considerado um vulcão potencialmente ativo", acrescentou o Instituto Geofísico.

O mesmo informou que a presença de gelo no cume, a forte inclinação de seus flancos e sua posição, próxima de áreas povoadas, como Riobamba e Ambato, são fatores que representam um risco potencial elevado.

O cume do Chimborazo é o ponto mais afastado do centro da Terra, a 6.384.415,98 metros, segundo determinado em 2016 por uma expedição de medição da Terceira Missão Geodésica francesa no Equador.

"A diferença com o segundo ponto - o maciço nevado do Huascarán, no centro do Peru - é mais ou menos de 40 metros", disse à AFP Jean-Mathieu Nocquet, pesquisador do Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD).

A equipe determinou a altitude geométrica do Chimborazo em 6.292,91 metros de altitude.

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