COVID-19

Ômicron, nova variante do coronavírus, se espalha pelo mundo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou a nova variante como "preocupante"

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AFP

Publicado em 28/11/2021 às 21:22 | Atualizado em 28/11/2021 às 21:24
Testagem de covid-19 no aeroporto internacional de Johanesburgo - PHILL MAGAKOE / AFP

A nova variante do coronavírus, ômicron, segue se espalhando pelo mundo, com 13 casos detectados na Holanda, e levou Israel a fechar suas fronteiras para cidadãos estrangeiros. A partir desta segunda-feira (29), o Brasil fechará fronteiras aéreas para seis países da África.

Com mais de cinco milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia da covid-19 em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou a nova variante, detectada essa semana, como "preocupante".

Segundo a primeira "imagem" da nova cepa, feita e publicada pelo hospital Bambino Gesù de Roma, o ômicron tem muito mais mutações do que a variante delta, embora isso "não signifique automaticamente que essas variações sejam mais perigosas", explicaram os pesquisadores.

A variante foi ientificada na África do Sul na última quinta-feira, e muitos países reagiram fechando suas fronteiras com as nações do sul da África.

Neste domingo, a OMS reiterou o seu apelo "para que as fronteiras permaneçam abertas" e afirmou estar "ao lado dos países africanos" num comunicado.

“Estamos numa corrida contra o relógio” para frear a nova variante, admitiu neste domingo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Na Holanda, as autoridades de saúde anunciaram neste domingo que 13 passageiros procedentes da África do Sul que deram positivo para a covid-19 ao chegarem em Amsterdã na sexta-feira são portadores da variante ômicron.

E pode haver mais casos, já que, no total, foram detectados 61 casos positivos para o coronavírus.

Israel, onde foi confirmado um caso de um viajante procedente do Malawi, decidiu proibir a partir deste domingo a entrada de estrangeiros no país, e obrigar seus cidadãos vacinados que voltaram de viagem a realizar um teste PCR e a fazer uma quarentena de três dias (sete se não estiverem vacinados).

Essa decisão chega a menos de um mês da reabertura das fronteiras do país (em 1º de novembro) e a oito dias da jesta judaica do Hanukkah.

A Dinamarca anunciou neste domingo dois casos de infectados com a nova cepa em passageiros procedentes da África do Sul.

Também foram notificados dois casos na Austrália, em dois passageiros vacinados que voltavam do sul da África e chegaram a Sydney no mesmo dia do fechamento das fronteiras com nove países do sul do continente africano. Doze passageiros do mesmo voo estão em quarentena.

A Austrália levantou recentemente a proibição de seus cidadãos vacinados para viajar ao exterior sem autorização.

A variante ômicron também foi detectada em Botsuana, Hong Kong e vários países europeus (Bélgica, Reino Unido, Alemanha, Itália e República Tcheca).

Novas restrições em vários países

A nova variante B.1.1.529 da covid-19, nomeada "ômicron", representa um risco "de alto a muito alto" para a Europa, segundo a Agência de Saúde da União Europeia.

A Europa já enfrentava um aumento de casos muito antes do surgimento da ômicron, o que a levou a restabelecer restrições sanitárias, provocando manifestações violentas no último fim de semana na Holanda e nas Antilhas francesas.

Na Áustria, dezenas de milhares de pessoas se manifestaram neste fim de semana contra a obrigação de se vacinarem.

Os suíços votaram neste domingo a lei que permite instaurar o passaporte de covid no país, em plena quinta onda da pandemia e após uma tensa campanha eleitoral.

Novas restrições entrarão em vigor na terça-feira no Reino Unido, como o retorno do uso de máscaras e o endurecimento do acesso ao país.

Outros países estão anunciando a suspensão de voos de países do sul da África onde a variante está presente, como África do Sul, Moçambique, Essuatíni (ou Sualizândia), Angola, Zâmbia, Malawi, Lesoto, Zimbábue, Namíbia e Botsuana.

Angola, na lista vermelha do Reino Unido, se tornou neste domingo o primeiro país do sul da África a suspender seus voos na região.

Filipinas, por sua vez, anunciou o cancelamento de voos de áreas onde a variante tenha sido detectada.

A Arábia Saudita estendeu a lista de países com os quais suspende voos para 14. Kuwait e Catar (importante centro de conexão aérea) também anunciaram restrições com nove e cinco países africanos, respectivamente.

Uma médica sul-africana, que atendeu quase trinta pacientes com covid-19 infectados pela nova variante ômicron, afirma que eles apresentam apenas "sintomas leves" e que por enquanto estão passando seu período de recuperação sem necessidade de hospitalização.
Nos Estados Unidos, que também abriram suas fronteiras ao mundo no início de novembro, está proibida a chegada de viajantes de oitos países do sul da África.

No sábado, Washington elogiou a África do Sul pela "transparência ao compartilhar essas informações" depois que o país se sentiu "castigado" por ter anunciado a detecção da "ômicron". Uma alusão nada velada dos Estados Unidos à gestão inicial da pandemia feita pela China.

Os fabricantes de vacinas AstraZeneca, Pfizer/BioNTech, Moderna e Novavax se mostraram confiantes em sua capacidade de combater essa nova cepa.

Cerca de 54% da população mundial recebeu ao menos uma dose da vacina contra a covid-19; apenas 5,6% nos países de baixa renda, segundo a página Our World in Data. Na África do Sul, apenas 23,8% da população tem o esquema vacinal completo.

A nova variante gerou preocupação quanto à recuperação econômica mundial. A sexta-feira foi um dia sombrio para os índices de ações na Bolsa e o preço do petróleo.

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