Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (21) sanções contra territórios rebeldes reconhecidos pela Rússia no leste da Ucrânia e alertaram que estão prontos para outras medidas, se necessário.
O presidente Joe Biden emitirá uma ordem executiva para "proibir novos investimentos, comércio e financiamento de pessoas dos EUA para, de ou nas chamadas regiões DNR [Donetsk] e LNR [Lugansk] da Ucrânia", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki.
A funcionária detalhou que essas medidas "são independentes e se somariam às medidas econômicas rápidas e severas" que Washington tem "preparadas em coordenação" com seus aliados ocidentais, "se a Rússia invadir ainda mais a Ucrânia".
Além disso, a Casa Branca classificou o reconhecimento da Rússia da independência das regiões separatistas da Ucrânia como uma "violação flagrante" de seus compromissos internacionais.
O anúncio do presidente russo, Vladimir Putin, ocorre enquanto os ocidentais temem uma invasão iminente da Ucrânia, em cuja fronteira foram posicionados mais de 150.000 soldados russos, que estão em compasso de espera há cerca de duas semanas, segundo Washington.
Os territórios separatistas de Donetsk e Lugansk já possuíam relações extremamente limitadas com os Estados Unidos, mas estas sanções anunciam uma nova fase que poderia derivar no enfrentamento mais perigoso entre o Ocidente e Moscou desde a queda da União Soviética.
A decisão de Putin de reconhecer estas duas regiões separatistas da Ucrânia como independentes contradiz "o compromisso da Rússia com a diplomacia" e merece uma resposta "rápida e firme", disse mais tarde nesta segunda o secretário de Estado americano, Antony Blinken.
"Manter a paz"
Biden lidera uma coalizão de países europeus e outros aliados dos Estados Unidos para montar um pacote do que consideram que serão sanções econômicas paralisantes contra a Rússia caso as tropas concentradas na fronteira com a Ucrânia iniciem um ataque.
Embora o Kremlin tenha negado durante semanas qualquer plano de invasão, paralelamente acumulou uma enorme concentração de tropas e armamento pesado em três frentes da Ucrânia.
Pouco após reconhecer sua independência, Putin determinou o envio de tropas às duas regiões separatistas como parte de uma operação para "manter a paz".
Moscou não deu detalhes nem datas de nenhuma mobilização, mas a ordem só estabeleceu que "entra em vigor a partir do dia que foi assinado".
Por anos, Moscou tem dado apoio financeiro, político e militar aos rebeldes separatistas.
A Presidência americana também informou sobre um telefonema de trinta minutos entre Biden, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, que ocorreu após a fala de Putin.
Eles destacaram que a decisão russa "não ficará sem resposta", segundo o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit.
Os três líderes "estão de acordo em que esta medida unilateral da Rússia constitui uma violação clara" dos acordos de paz de Minsk para solucionar o conflito ucraniano, disse Hebestreit em um comunicado publicado após uma conversa entre os presidentes.
A Casa Branca não respondeu de imediato às perguntas sobre se ainda consideravam realizar a cúpula proposta entre Biden e Putin.
As sanções farão de Moscou um "pária para a comunidade internacional", advertiu na sexta-feira um alto funcionário do governo americano.
Washington também disse várias vezes que o gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha por via marítima, não entrará em funcionamento se Moscou atacar a Ucrânia
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