O aumento das infecções por covid-19 em várias partes do mundo é "uma advertência" para as Américas de que o vírus não está sob controle, apesar da diminuição do contágio na região, alertou nesta quarta-feira a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
A Opas, braço regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), informou que as infecções pelo novo coronavírus aumentaram 28,9% na semana passada na região do Pacífico Ocidental, que inclui a China; 12,3% na África; e quase 2% na Europa em relação à semana anterior.
"Os casos aumentam novamente em outras partes do mundo, o que serve de alerta para a nossa região", disse o vice-diretor da Opas, Jarbas Barbosa, em coletiva de imprensa.
Nas Américas, os casos de covid-19 continuaram em queda pela oitava semana consecutiva, com mais de 901.000 novos casos relatados na semana de 6 de março, uma queda de 19% em relação à semana anterior. As mortes semanais mantiveram a curva descendente pela quinta semana consecutiva, com 15.523 novas mortes relatadas (-18,4%), disse a Opas.
Mas Barbosa indicou que, embora a maioria dos países e territórios americanos tenha relatado redução de novos casos, no Caribe e nas ilhas do Oceano Atlântico os casos aumentaram 56,6%.
"As infecções e mortes por covid-19 estão diminuindo na maior parte de nossa região, mas muitos casos e mortes ainda estão sendo relatados todos os dias, uma indicação clara de que a transmissão ainda não está sob controle", lembrou. Devido ao risco que a pandemia ainda representa, a Opas pediu aos países das Américas para ampliar as taxas de vacinação anticovid.
Dois anos após a OMS declarar a pandemia do novo coronavírus, 149 milhões de casos de covid já foram relatados nas Américas, incluindo 2,6 milhões de mortes, segundo dados oficiais.
- 'Grandes incertezas' -
Sylvain Aldighieri, chefe de incidentes para a covid na Opas, destacou que "grandes incertezas" permanecem em relação à situação global e regional da doença. “Um cenário de recrudescimento da circulação viral nos níveis subnacional, nacional, ou em uma região ou subregião, é um cenário que sempre tem que estar presente no nosso radar epidemiológico”, ressaltou.
Aldighieri disse que nas Américas, assim como no restante do mundo, a Ômicron é a variante predominante do novo coronavírus, com a sublinhagem BA.1 identificada em mais de 95% das amostras. A sublinhagem BA.2, de alta circulação atualmente na Ásia, "é mínima neste momento na região", explicou.
Jarbas Barbosa destacou que o Chile, assim como as Ilhas Cayman e Porto Rico (territórios britânico e norte-americano no Caribe, respectivamente), já vacinaram mais de 90% de sua população, mas lembrou que 21 países e territórios das Américas ainda precisam vacinar 50%.
No Caribe, onde "a percepção de risco é mais baixa do que em outras partes da região" e as pessoas mostaram-se mais relutantes a se vacinar, Barbosa pediu às autoridades que divulguem informações para gerar confiança quanto à segurança e eficácia da imunização.
Sylvain Aldighieri indicou que nos países e territórios caribenhos é necessário aumentar a cobertura vacinal entre os grupos de risco e a população adulta jovem”. Também pediu que as medidas de saúde pública para conter o contágio sempre sejam consideradas, entre elas o uso de máscaras.