AMÉRICA LATNA

Presidente do Peru volta de carro do Equador para evitar destituição pelo Congresso

Castillo arriscava infringir a Constituição se não retornasse ao Peru antes da meia-noite de sexta-feira

Cadastrado por

Emannuel Bento

Publicado em 30/04/2022 às 18:29 | Atualizado em 30/04/2022 às 18:32
"Peço o fim do ódio e solicito minha liberdade por ser um direito justo. Jamais cometi crime de rebelião", disse Castillo - ALDAIR MEJIA / Peruvian Presidency / AFP

Com informações da AFP

O presidente do Peru, Pedro Castillo, teve que voltar de carro às pressas para o país de uma viagem ao Equador para evitar ser cassado pelo Congresso, depois que o mau tempo o impediu de viajar de avião.

Em um país onde os presidentes são frequentemente removidos do cargo, Castillo arriscava infringir a Constituição se não retornasse ao Peru antes da meia-noite de sexta-feira (02:00 de sábado, no horário de Brasília).

Estava perto da hora de expirar a permissão dada pelo Parlamento ao presidente esquerdista para visitar seu vizinho no Equador, onde chefiou um gabinete binacional com seu homólogo Guillermo Lasso na cidade de Loja, a 264 km por estrada da fronteira peruana.

Exceder o prazo teria dado aos opositores que controlam o Legislativo um pretexto para proceder à destituição de Castillo, já que a Carta Magna peruana não contempla exceções por causas meteorológicas.

Como o avião presidencial não pôde decolar devido ao mau tempo, Castillo teve que passar por uma viagem de carro de cinco horas para chegar à fronteira peruana a tempo.

Uma hora antes do fim do prazo, Castillo chegou ao posto fronteiriço de Tumbes, segundo a mídia local, o que o liberou de enfrentar uma nova moção de "vacância presidencial" (destituição), a terceira em seus nove meses no poder.

As moções de "vacância" se tornaram habituais no Peru e causaram a queda dos presidentes Pedro Pablo Kuczynski (direita), em 2018, e Martín Vízcarra (centro) em 2020, o que aumenta a instabilidade no país.

Desde dezembro de 2017, os parlamentares peruanos apresentaram seis moções de vacância ao Congresso, duas delas contra Castillo.

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