Cristina Kirchner

Quem é Fernando Sabag Montiel, brasileiro que tentou atirar contra Cristina Kirchner na Argentina?

Homem foi preso nesta quinta-feira, 1º, após apontar uma arma de fogo para a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner

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Amanda Azevedo

Publicado em 01/09/2022 às 22:50 | Atualizado em 02/09/2022 às 17:10
Homem foi detido após apontar arma a Cristina Kirchner - Reprodução de vídeo

Com AFP e Estadão Conteúdo

Um brasileiro foi preso nesta quinta-feira (1º) após tentar atirar contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, quando ela chegava em casa, em Buenos Aires.

O homem aproximou-se de Kirchner no meio da multidão que a esperava para cumprimentá-la e pedir que assinasse seu livro autobiográfico. A arma não disparou.

O detido, Fernando André Sabag Montiel, de 35 anos, é filho de mãe argentina e pai chileno. Ele reside na Argentina desde 1993.

Montiel já havia sido detido em 17 de março de 2021 por porte de armas não convencionais, segundo fontes policiais citadas pela agência de notícias oficial Télam.

O homem tem um símbolo nazista tatuado no cotovelo, segundo imagens em suas redes sociais.


A Polícia Federal da Argentina apreendeu na manhã desta sexta-feira (2) ao menos 100 balas calibre 9 milímetros e um notebook na casa do brasileiro.  A operação foi realizada no bairro de San Martín, na capital portenha. O material será periciado.

Brasileiro tentou atirar contra vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner - HANDOUT / TV PUBLICA / AFP

Segundo o presidente Alberto Fernández, a arma que seria usada contra Cristina, uma Bersa 380 de fabricação argentina, tinha cinco balas, mas travou na hora do disparo.

"Cristina permanece com vida porque, por alguma razão, a arma que contava com 5 balas não disparou, apesar de ter sido engatilhada", afirmou Fernandez durante um pronunciamento em rede nacional entre o fim da noite de quinta-feira e a madrugada desta sexta.

O advogado da vice-presidente, Gregorio Dalbón, afirmou que o incidente foi resultado do "ódio" contra Cristina. "Isso significa que eles usam todas as coisas que dizem para Cristina, todas as ameaças, para meter bala. Obviamente, este é o resultado dos que odeiam ela. Vamos a fundo no assunto porque se trata da vice-presidente", declarou.

Cristina Kirchner está calma, em sua casa, acompanhada do filho Máximo Kirchner e por dois secretários particulares. Ela já conversou com o presidente Alberto Fernández e com vários integrantes do governo, incluindo o ministro da Economia, Sergio Massa.

Crise política na Argentina

As tensões no país vizinho cresceram desde o pedido da Promotoria da Argentina de 12 anos de prisão contra a atual vice-presidente por acusações de corrupção, no dia 23 deste mês.

Apoiadores fazem uma vigília na frente da residência de Kirchner para demonstrar apoio à ela, organizada após alguns opositores da líder peronista terem se dirigido a seu apartamento para protestar.

Ao sair do apartamento todos os dias antes de ir despachar no Senado (na Argentina o vice-presidente comanda a Casa), Cristina saúda todos os dias seus aliados que ali a esperam. Ela repete o gesto à noite, quando retorna.

A vice-presidente é acusada, juntamente com outras 12 pessoas, de supostamente ter orientado enquanto era presidente da República a atribuição de licitações de obras públicas na Província de Santa Cruz, seu berço político, em favor do empresário Lázaro Báez, contra quem os promotores também pediram 12 anos de prisão e apreensão de seus bens.

Os pedidos de sentença variaram de 2 a 12 anos de prisão. A pena máxima para esses crimes é de 16 anos.

Kirchner afirma que as acusações contra ela se tratam de "perseguição judicial" e acusa a Promotoria e os juízes de atuarem juntos e ferirem os direitos de defesa. (Com agências internacionais).

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