Com informações da Agência Brasil e da Agência Câmara
A rainha Elizabeth II, monarca do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, morreu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos, no Castelo de Balmoral, na Escócia. A informação foi divulgada pela assessoria da família real britânica em suas redes sociais e em seu site oficial.
A mensagem publicada no Twitter diz que "a Rainha morreu tranquilamente em Balmoral nesta tarde. O Rei e a Rainha Consorte permanecerão em Balmoral nesta noite e retornarão a Londres amanhã".
Entre 1º e 11 de novembro de 1968, arainha Elizabeth II e seu marido, ordenado Duque de Edimburgo, visitaram seis cidades brasileiras: Recife, Salvador, Brasília, São Paulo, Campinas (SP) e Rio de Janeiro.
Por aqui, inaugurou o Museu de Arte de São Paulo, ao lado do seu idealizador Assis Chateaubriand, presenciou o início das obras da ponte Rio-Niterói e foi ao Maracanã ver em ação o “nosso Rei”.
Pelé brindou a Rainha com uma de suas costumeiras exibições de gala, marcando um gol na vitória dos paulistas sobre os cariocas por 3 a 2. Ao término da partida, ocorreu o encontro entre as “realezas”:
- Majestade, este é o jogador Pelé, famoso mundialmente, disse o chefe do cerimonial.
- Ah, eu sei! Já o conheço de nome. E me sinto muito feliz em cumprimentá-lo, disse a Rainha.
A passagem dela pelo país começou no Recife. De acordo com uma reportagem da BBC, durante a recepção, um apagão deixou a cidade do Recife às escuras por 25 minutos e a refeição no Palácio do Campo das Princesas prosseguiu à luz de velas. Você pode conferir como foi a visita dela à capital pernambucana clicando aqui.
O casal ainda assistiu aos shows de Wilson Simonal, Jair Rodrigues e Elza Soares e ganhou um casal de onças do prefeito Wadjô Gomide (1932-2003) em retribuição a cisnes doados ao Zoológico de Brasília.
Já em Campinas, arainha Elizabeth II teve a oportunidade de praticar equitação, um de seus hobbies favoritos. Na última parada, no Rio de Janeiro, visitaram alguns pontos turísticos como a Praia de Botafogo, o Mirante Dona Marta e o Outeiro da Glória e assistiu a um desfile improvisado de Carnaval, com passistas e ritmistas da Estação Primeira da Mangueira, na Embaixada do Reino Unido, em Botafogo.
Quando a rainha da Inglaterra Elizabeth Segunda chegou ao Brasil, no início de novembro de 1968, o momento da visita não podia ser mais delicado.
O país estava sob a tensão das manifestações estudantis e da revolta política. Especulava-se nos meios oficiais de um possível decreto de estado de sítio pelo governo militar.
Na capital federal, a Rainha foi recebida pelo presidente da República, general Artur da Costa e Silva (1899-1969). A programação foi intensa e incluiu recepção no Palácio da Alvorada, sessão solene no Supremo Tribunal Federal (STF), pronunciamento no Congresso Nacional e jantar no Palácio Itamaraty. Além disso, esteve em uma escola, na Catedral Metropolitana e na Torre de TV.
Com slogans libertários, a geração dos anos 60 exigia reformas no ensino, no governo e na sociedade. Os protestos estudantis não se limitavam às barricadas de Paris, mas espoucavam também nas ruas das metrópoles da América Latina.
Em maio de 1968, manifestações de estudantes acabam na morte do estudante Edson Luis. A morte no confronto com a polícia deflagra protestos estudantis em várias cidades, todos reprimidos com violência.
Se a rainha da Inglaterra tivesse sido melhor informada talvez adiasse sua visita ao Brasil. Mas veio e fez até pronunciamento no Congresso. Em Brasília, o príncipe Phillip, chegou a ser barrado e empurrado pela segurança ao tentar entrar no Congresso. Ele não veio no mesmo carro da rainha.
Uma sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal acompanhou o discurso da rainha Elizabeth Segunda. Ela disse estar bastante comovida com a cortesia e generosidade demonstrada pelo povo brasileiro em todas as partes do país em que esteve. A rainha agradeceu ainda pelo convite dos parlamentares e elogiou o magnífico prédio do Congresso.
Elizabeth Segunda disse também que o crescimento de Brasília acompanhava a velocidade de desenvolvimento do país e que o relacionamento entre os dois países poderia florescer e crescer no futuro em benefício dos dois povos e da estabilidade e paz no mundo.