FRONTEIRAS ABERTAS

Venezuela e Colômbia retomarão voos após cinco anos de interrupção

Os presidentes Nicolás Maduro e Gustavo Petro anunciaram a decisão que faz parte do restabelecimento das relações bilaterais entre os dois países

Cadastrado por

Filipe Farias

Publicado em 09/09/2022 às 22:01
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (D) - Reprodução do Twitter / @NicolasMaduro

Da AFP

Venezuela e Colômbia reabrirão suas fronteiras terrestres e retomarão os voos comerciais, suspensos há cinco anos, anunciaram nesta sexta-feira (9) os presidentes Nicolás Maduro e Gustavo Petro, uma decisão que faz parte do restabelecimento das relações bilaterais, suspensas em 2019.

Em 26 de setembro, "abriremos conjuntamente as fronteiras entre Venezuela e Colômbia. Além disso, retomaremos os voos entre Caracas-Bogotá e Valência-Bogotá", disse Maduro no Twitter.

"No próximo 26 de setembro, abriremos a fronteira entre Colômbia e Venezuela. Como primeiro passo, será retomada a conexão aérea e o transporte de carga entre nossos países. Confirmamos o compromisso do governo de restabelecer as relações de irmandade", tuitou Petro.

Os países retomaram formalmente as relações em 29 de agosto, com a chegada a Caracas do embaixador colombiano Armando Benedetti e da chegada a Bogotá do embaixador venezuelano Felix Plasencia.

A companhia aérea Avianca, que realizava mais de 50% dos voos Caracas-Bogotá, suspendeu as operações de e para a Venezuela em julho de 2017, alegando que o fazia para "preservar a segurança" diante de "limitações operacionais".

Isso agravou o êxodo das companhias aéreas internacionais de Caracas, que começou em 2014, quando os preços do petróleo - fonte de 96% das divisas do país - começaram a colapsar, causando um acúmulo de 3,8 bilhões de dólares de dívidas com as companhias aéreas, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).

Essa redução na oferta aumentou exponencialmente o custo das passagens nas poucas companhias aéreas disponíveis.

A Venezuela cortou relações com a Colômbia em 2019 como resposta ao apoio da administração do ex-presidente Iván Duque ao líder da oposição venezuelana Juan Guaidó. Com a normalização das relações, Caracas e Bogotá esperam impulsionar o intercâmbio comercial.

RESTRIÇÃO ENTRE OS PAÍSES

A passagem de veículos de carga foi restringida em 2015, depois que Maduro denunciou uma emboscada de grupos armados em uma patrulha militar venezuelana no estado de Táchira (oeste), onde fica a passagem mais importante entre os dois países.

Depois, foi bloqueada por completo em 2019, em meio a tumultos, com a tentativa fracassada de Guaidó de passar alimentos e suprimentos médicos enviados pelos Estados Unidos para a Venezuela.

"Que bom ter relações de diálogo, comunicação, entendimento, respeito, cooperação, solidariedade e amor com a Colômbia!", disse Maduro mais tarde, em transmissão no canal estatal VTV, ao comemorar novamente a retomada das relações.

O chanceler venezuelano, Carlos Faría, tuitou que "as vontades políticas" de Petro e Maduro “foram a chave para este início de aproximação econômica, social e humana”.

Venezuela e Colômbia dividem uma fronteira de 2.200 km, onde foi relatada a presença de grupos irregulares, além de máfias dedicadas ao contrabando e outros crimes.

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