Da AFP
A Venezuela está "pronta e preparada" para "abastecer o mercado mundial de petróleo e gás", disse o presidente Nicolás Maduro nesta quarta-feira (14), condenando a crise gerada pelas sanções "irracionais" contra o petróleo russo após a invasão da Ucrânia.
"A Venezuela está pronta e preparada para cumprir seu papel e abastecer o mercado de petróleo e gás com o petróleo e o gás que a economia mundial precisa de forma estável e segura", disse o presidente chavista em ato por ocasião da visita a Caracas do secretário-geral da Opep, Haitham al-Ghais.
Maduro indicou que seu governo está "recuperando substancialmente" a indústria do petróleo do país, cuja produção caiu para mínimos históricos após anos de desinvestimento e falta de manutenção. Hoje, a produção está em torno de 700.000 barris por dia. Em 2002, era de 2,3 milhões por dia.
Um embargo dos Estados Unidos pesa sobre o petróleo venezuelano desde 2019, depois que Washington não reconheceu a reeleição de Maduro um ano antes. No entanto, o governo do presidente Joe Biden fez abordagens para relaxar essas sanções em um momento em que os preços estão subindo devido à guerra.
Maduro condenou a "crise energética" gerada pelas medidas contra a Rússia, que chamou de "irracionais, injustificadas (e) ilógicas".
A Rússia, o maior fornecedor da Europa, cortou drasticamente o fornecimento de gás para o continente, provocando temores de escassez e aumento dos preços.
PRODUÇÃO NA VENEZUELA
Maduro defendeu um "preço justo, equilibrado e já assimilado" de US$ 100 o barril e reiterou seu apelo para que as petrolíferas estrangeiras produzam na Venezuela.
"Estamos prontos (...) para aumentar de forma progressiva e rápida a produção de petróleo, para expandir e aumentar a produção de produtos refinados."
"A Venezuela tem um leque de mais de 50 projetos de gás de primeira linha com estudos sísmicos feitos e com todas as garantias legais para que os investidores internacionais" venham "produzir gás na Venezuela e levar gás para os mercados internacionais", insistiu.
Al-Ghais apontou que a Opep enfrenta desafios "mais sérios, mais críticos" do que há 62 anos, quando foi fundada.