AFP
A União Europeia (UE) impôs um teto ao preço do petróleo da Rússia para limitar os recursos usados por Moscou na invasão da Ucrânia, privada em grande parte de luz e calefação por bombardeios que o presidente russo, Vladimir Putin, considera "necessários e inevitáveis".
O acordo alcançado nesta sexta-feira (2) em Bruxelas impõe um teto de 60 dólares ao barril de petróleo exportado pela Rússia e vai entrar em vigor na segunda-feira juntamente com um embargo dos 27 países do bloco ao petróleo russo.
A medida também se estende às apólices assinadas por companhias de navegação com seguradoras europeias, que controlam a maior parte deste mercado.
A UE busca, assim, limitar os ganhos obtidos pela Rússia, segundo exportador mundial de petróleo, com a venda da commodity a países como China e Índia.
O bloco europeu pretende com este arsenal de iniciativas, que se somam aos embargos ao petróleo russo impostos há meses por Estados Unidos e Canadá, minguar o financiamento da guerra na Ucrânia.
Os bombardeios russos das últimas semanas se concentraram em infraestruturas de energia do país, em represália pelos reveses militares sofridos por Moscou.
O último ataque ocorreu em 23 de novembro e deixou milhões de ucranianos sem água, nem eletricidade, em um momento em que o inverno rigoroso começa a se fazer sentir.
- Bombardeios "inevitáveis" -
Putin considerou que estes bombardeios foram "necessários e inevitáveis diante dos ataques provocativos de Kiev", informou o Kremlin ao mencionar uma conversa por telefone entre o presidente russo e o chanceler alemão, Olaf Scholz.
Segundo Putin, Kiev é responsável pelas explosões que destruíram parcialmente a ponte russa da Crimeia e, portanto, Moscou estaria no direito de bombardear infraestruturas energéticas da Ucrânia.
As autoridades ucranianas advertiram na segunda passada que esperavam novos bombardeios russos.
É preciso encontrar "uma solução diplomática o mais rapidamente possível, o que implica na saída das tropas russas", disse Scholz no telefonema, segundo a chancelaria alemã.
Putin, que lançou sua ofensiva em 24 de fevereiro, voltou a se queixar do apoio financeiro e militar que os ocidentais dão à Ucrânia, que permitiu às forças de Kiev infligir derrotas humilhantes à Rússia.
As forças russas tiveram que se retirar do país em abril, de parte do nordeste em setembro e recuaram de uma região do sul em novembro.
A posição do Ocidente é "destrutiva", já que devido ao apoio político, financeiro e militar ocidental, "Kiev rejeita a ideia de qualquer negociação", afirmou o Kremlin.