O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, viajou nesta terça-feira (6) a uma cidade no leste ucraniano, perto de Bakhmut, onde as forças de Kiev travam uma difícil batalha contra as tropas de Moscou há meses.
Zelensky foi à cidade de Sloviansk e cumprimentou "do fundo do coração" os militares do seu país por ocasião do Dia das Forças Armadas, segundo um vídeo publicado nas redes sociais.
"O leste da Ucrânia é hoje a frente mais difícil. E me sinto honrado por estar aqui com nossas tropas de defesa no Donbass. Acredito que da próxima vez nos encontraremos em nossas Donetsk e Luhansk ucranianas e também na Crimeia", declarou.
Donetsk e Luhansk compõem a região do Donbass, parcialmente controlada por separatistas pró-russos desde 2014, ano em que a Rússia anexou a península da Crimeia.
Donbass
A Rússia quer agora controlar todo o território do Donbass, onde os combates se concentram atualmente, depois de Kiev ter recuperado o controle de Kherson (sul) após quase nove meses de ocupação russa.
Não é a primeira vez que Zelensky visita cidades próximas à frente de batalha.
Quando esteve em Kherson após sua recaptura, afirmou que representava "o começo do fim da guerra".
A retirada das tropas russas de Kherson foi a última grande derrota na ofensiva lançada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em 24 de fevereiro.
Sloviansk, localizada cerca de 130 quilômetros ao norte de Donetsk, é uma cidade simbólica porque foi ocupada por vários meses por separatistas pró-russos em 2014 antes de ser recuperada pelas forças ucranianas.
A cidade também está a cerca de 45 quilômetros de Bakhmut, localidade que Moscou tenta conquistar há meses.
Mais ao sul, na cidade de Donetsk, o prefeito nomeado por Moscou, Alexei Kulemzin, informou que pelo menos seis pessoas foram mortas em bombardeios ucranianos hoje.
Ataques com drones contra a Rússia
Putin, por sua vez, convocou seu Conselho de Segurança nesta terça-feira depois que ataques de drones ucranianos foram relatados em território russo, segundo o Kremlin.
O presidente russo discutiu a "segurança interna" de seu país com autoridades da Defesa, acrescentou o Kremlin.
O objetivo foi definir as medidas "necessárias" para lidar com os últimos ataques, que segundo a Presidência russa, partiram da Ucrânia.
Horas antes, autoridades russas disseram que um drone havia atacado um aeródromo na região de Kursk, na fronteira com a Ucrânia.
No dia anterior, ações semelhantes foram registradas contra outras duas bases aéreas, uma na região de Ryazan e outra na região de Saratov, onde fica a base de Engels.
Ambos os locais estão a centenas de quilômetros da fronteira com a Ucrânia. Engels é uma base estratégica da Rússia que, segundo Kiev, é usada para atacar a Ucrânia.
Rússia voltou a bombardear infraestruturas
Os ataques com drones seguiram-se a uma onda de bombardeios russos às instalações de energia da Ucrânia, que causaram apagões em todo o país, coincidindo com as primeiras nevascas.
A Rússia voltou a bombardear essas infraestruturas na segunda-feira, interrompendo o fornecimento de eletricidade e de água em cidades por toda a Ucrânia.
Moscou responsabiliza Kiev pelos ataques por se recusar a aceitar as exigências russas.
O ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, disse nesta terça-feira que suas forças estavam usando armas de longo alcance e precisão para atacar instalações militares e "esmagar o potencial militar da Ucrânia".
O ministério também anunciou o retorno de 60 soldados russos que estavam detidos na Ucrânia, na última troca de prisioneiros entre os dois países.