O primeiro-ministro de Israel resistiu à pressão dos EUA para interromper os ataques ao Hamas depois que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu mais ações para proteger os civis em Gaza.
"Israel recusa um cessar-fogo temporário que não inclua a libertação dos nossos reféns", disse Benjamin Netanyahu aos jornalistas depois de se encontrar com Blinken na sexta-feira. "Israel não permite a entrada de combustível na Faixa de Gaza e se opõe à transferência de dinheiro para a Faixa".
Os EUA estão intensificando a pressão sobre Israel, dizendo que tem um imperativo moral de interromper os combates enquanto a ajuda humanitária - e particularmente combustível - é entregue a Gaza, dizem autoridades americanas. França, Espanha e outros países europeus emitiram apelos semelhantes.
GAZA SEM ALIMENTO, ÁGUA E MEDICAMENTOS
Apenas uma pequena quantidade de comida, água e medicamentos foi autorizada a entrar em Gaza. Israel bloqueou o fornecimento de combustível necessário para a eletricidade, dizendo que o Hamas acumula combustível para fins militares.
A recusa de Israel a uma pausa humanitária proposta tem sido uma fonte de discórdia entre Washington e o governo israelense. Algumas autoridades dos EUA acreditam que eventualmente haverá um avanço, mas disseram que o tempo é crucial.
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"Uma série de questões legítimas foram levantadas nas nossas discussões de hoje, incluindo como utilizar qualquer período de pausa para maximizar o fluxo de assistência humanitária, como ligar uma pausa à libertação de reféns, como garantir que o Hamas não utilize estes pausas ou arranjos em seu próprio benefício", disse Blinken a repórteres em Tel Aviv.
Chegar a um acordo dentro do establishment político israelense para permitir um cessar-fogo de curto prazo, no entanto, não será fácil, disse Samuel Ramani, analista político do Royal United Services Institute, um think tank com sede no Reino Unido.
"Os governos ocidentais precisam estar conscientes de que podem pressionar bastante Netanyahu, mas que ele enfrenta oposição interna a uma pausa humanitária", disse ele. Fonte: Dow Jones