GUERRA

GUERRA: sistema de saúde de Gaza está 'de joelhos', alerta diretor da OMS

São mais de 250 ataques" contra o setor de saúde (hospitais, clínicas, ambulâncias, pacientes) em Gaza e Cisjordânia

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AFP

Publicado em 11/11/2023 às 11:25
"Eles imploram para que atuem para evitar outro possível massacre", pede OMS - MOHAMMED ABED / AFP

O sistema de saúde na Faixa de Gaza está "de joelhos", advertiu, nesta sexta-feira (10), o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) ante o Conselho de Segurança da ONU, ao apontar que a metade dos 36 hospitais desse território não funciona "em absoluto".

"A situação no terreno é impossível de descobrir: corredores de hospitais onde se amontoam feridos, doentes e moribundos, necrotérios superlotados, operações sem anestesia, dezenas de milhares de pessoas refugiadas nos hospitais", relatou Tedros Adhanom Ghebreyesus ao contabilizar "mais de 250 ataques" contra o setor de saúde (hospitais, clínicas, ambulâncias, pacientes) em Gaza e Cisjordânia.

O diretor da OMS também reportou 25 ataques contra o setor sanitário em Israel desde que começou o conflito em 7 de outubro, após o ataque sem precedentes que o grupo islamista palestino Hamas realizou em território israelense.

"A melhor maneira de apoiar esses trabalhadores sanitários e as pessoas que atendem é dar os meios que necessitam para a atenção: medicamentos, equipamentos médicos e combustível para os geradores dos hospitais", acrescentou.

PEDIDO POR MAIS AJUDA HUMANITÁRIA

Também solicitou um aumento da ajuda humanitária que chega através da passagem de Rafah, fronteiriça com Egito, e repetiu os reiterados apelos dos responsáveis da ONU para um "cessar-fogo".

"Entendo o que as crianças de Gaza estão passando, porque eu passei pelo mesmo quando era pequeno", afirmou o diretor-geral da OMS, que nasceu na região Tigré, na Etiópia.

Guerra em Israel traz transtornos para além dos momentos de ataques - MOHAMMED ABED / AFP

"O som dos disparos e os projéteis silvando no ar, o cheiro de fumaça depois do impacto, as balas traçantes na noite, o medo, o sofrimento", descreveu, enquanto denunciava os ataques "bárbaros" de 7 de outubro e pediu a libertação dos reféns que o Hamas tem em seu poder.

Em um momento no qual o Conselho de Segurança, profundamente dividido neste assunto, é incapaz de falar com uma só voz, o responsável da OMS pediu também uma reforma do órgão da ONU.

"Faz tempo que acredito que o Conselho de Segurança já não cumpre a função para a qual foi criado", assinalou, em referência à manutenção da "paz e segurança" mundiais.

PEDIDO PELO FIM DOS ATAQUES

O diretor do Crescente Vermelho Palestino, Marwan Jilani, que falou por videoconferência, pediu aos membros do Conselho que "façam tudo o que for possível para evitar mais mortes e mais sofrimento".

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Denunciou, em particular, a situação no hospital Al Quds na Cidade de Gaza, que segundo o Crescente Vermelho foi atacado nesta sexta por soldados de elite israelenses.

"Estava me preparando para informar ao Conselho sobre a escassez crítica de combustível, alimentos e água, mas, honestamente, nossa principal preocupação agora é a ameaça direta às vidas dos feridos e doentes, e às dezenas de milhares de civis" que se refugiam no hospital, afirmou.

"Eles imploram para que atuem para evitar outro possível massacre".

No início da reunião, o Conselho de Segurança guardou um minuto de silêncio em homenagem às vítimas dos ataques do Hamas contra Israel (1.200, segundo o novo balanço israelense), aos civis mortos nos bombardeios de Gaza (mais de 11.000, de acordo com o Ministério de Saúde do Hamas) e aos jornalistas e funcionários da ONU que pereceram nos confrontos.

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