A Coreia do Norte lançou, neste domingo (7), novos disparos de artilharia com munições reais nas costas ocidentais, segundo informaçõs são da agência de notícias sul-coreana Yonhap. Este é o terceiro dia consecutivo de exercícios militares perto da fronteira com o Sul.
A Coreia do Norte também disparou bombas na sexta-feira (5) e no sábado (7), na mesma área, perto das ilhas de Yeonpyeong e Baengnyeong, ao sul da fronteira marítima entre os dois países. "A Coreia do Norte conduz exercícios de fogo real na costa oeste", informou Yonhap, citando uma fonte militar.
"O Exército norte-coreano está realizando exercícios ao norte da ilha sul-coreana de Yeonpyeong, na primeira linha de fogo, por volta das 16h00 (04h00 no horário de Brasília)", informou a agência Yonhap.
TREINAMENTO MARÍTIMO
O Exército norte-coreano declarou que implementou um "treinamento marítimo com fogo real" com 88 projéteis de artilharia, mas afirmou que os exercícios "não tinham relação alguma" com a fronteira marítima.
Os exercícios "não representaram nenhuma ameaça intencional" para a Coreia do Sul e faziam parte do "sistema normal de treinamento do nosso exército", afirmou em comunicado transmitido pela Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA).
Nenhum projétil caiu no lado sul-coreano da Linha Limítrofe do Norte (LLN), que marca a fronteira marítima de fato no mar Amarelo, e nenhuma vítima foi relatada, disse a agência Yonhap.
As autoridades locais das ilhas sul-coreanas no mar Amarelo recomendaram que a população ficasse em casa. "Ouvimos tiros vindos da Coreia do Norte", alerta a mensagem de texto enviada aos moradores.
"As tropas na ilha de Yeonpyeong estão respondendo, mas os moradores são aconselhados a ter cautela com atividades ao ar livre", disseram as autoridades.
A Coreia do Norte disparou centenas de projéteis na área na sexta-feira, um incidente que marcou uma das mais graves escaladas militares na península coreana desde 2010, quando Pyongyang bombardeou uma ilha sul-coreana.
As autoridades em Yeonpyeong e Baengnyeong evacuaram pessoas para abrigos na sexta-feira e suspenderam o serviço de balsas, e as tropas sul-coreanas responderam com exercícios de fogo real.
ACUSAÇÕES DA COREIA DO SUL
Kim Yo Jong, a irmã poderosa do líder norte-coreano Kim Jong Un, também negou as acusações da Coreia do Sul de que Pyongyang disparou dezenas de projéteis de artilharia perto da fronteira no sábado.
"Os nossos militares não dispararam um único projétil na zona marítima", disse Kim Yo Jong à agência oficial de notícias KCNA, afirmando que se tratava de uma operação com o objetivo de desorientar.
Kim afirmou que os militares norte-coreanos detonaram explosivos simulando o som de tiros 60 vezes e que observaram "a reação" das forças sul-coreanas.
As relações entre as duas Coreias vivem um momento de tensão não visto há décadas, depois de o líder norte-coreano, Kim Jong Un, ter inscrito na Constituição a vocação do país como potência nuclear, e ter testado vários mísseis balísticos intercontinentais.
Em uma reunião política de final de ano, Kim alertou para um ataque nuclear vindo do Sul e apelou ao reforço do arsenal militar face a um conflito que afirmou poder "estourar a qualquer momento".