O presidente da França, Emmanuel Macron, visitará a Guiana Francesa e o Brasil na próxima semana para promover um desenvolvimento econômico respeitoso da Amazônia e discutir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o reforço da cooperação bilateral, anunciou o Eliseu nesta quarta-feira (20).
O giro será de segunda a quinta-feira, com os dois primeiros dias na Guiana, um departamento ultramarino francês fronteiriço com o estado do Amapá.
Macron visitará o Parque Amazônico da Guiana, na zona fronteiriça, para discutir sua valorização e se reunir com militares que participam, junto com o Exército brasileiro, no combate ao garimpo ilegal de ouro.
"Nos recusamos a escolher entre a proteção das florestas tropicais e o desenvolvimento econômico", insistiu a Presidência francesa, sublinhando que os dois temas não são "incompatíveis".
Macron iniciará a visita brasileira do giro na quarta-feira em Belém, no Pará, na foz do rio Amazonas, onde terá um primeiro encontro com Lula para tratar dos desafios florestais, que se intensificaram com o aumento do desmatamento durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os dois presidentes abordarão o lançamento de "iniciativas estruturantes" em matéria de "bioeconomia, questões de biodiversidade e os grandes desafios da transição ecológica", precisou o Palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa.
"A questão é como o presidente Lula pode limitar o desmatamento em seu país sem alimentar o populismo que poderia levar à eleição de um novo Bolsonaro", acrescentou.
Macron irá então ao estaleiro em Itaguaí, perto do Rio de Janeiro, onde estão sendo construídos submarinos de design francês, a São Paulo e a Brasília, onde se reunirá novamente com Lula na quinta-feira, para abordar questões diplomáticas e econômicas.
O Eliseu indicou que espera que a situação da Ucrânia, que enfrenta uma invasão russa, ocupe este ano um lugar central na agenda da Presidência brasileira do G20 de potências industrializadas e emergentes.
Lula se opôs à política de isolamento da Rússia adotada pelos Estados Unidos desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, por considerar que o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, e as potências ocidentais compartilham a responsabilidade pela guerra.
"Estamos relançando nossa relação bilateral e nossa parceria estratégica com o Brasil", após um período difícil sob a presidência de Bolsonaro, indicou o Eliseu.
"Com o Brasil, queremos construir uma relação com os grandes países emergentes", acrescentou.