Pensei em você e na sua liderança, por quase todos os dias de Pandemia. Há quase duas décadas foram entregues nas mãos do então Presidente do TJPE Des. Macedo Malta uma boa parte de seu legado à sociedade pernambucana e ao país.A relatoria do julgamento da morte do então candidato à Vice-
Presidência da República, o político João Pessoa. A ascensão de Vargas. O voto pela garantia do direito de ir e vir e a inconstitucionalidade de tributos que impediam o livre trânsito de pessoas e bens. E, ainda, o julgamento de policiais pelo óbito do estudante de direito Demócrito de Souza Filho.
Em meio a tudo isso, diálogos com o mundo ocidental em guerra, preservando a segurança jurídica e os investimentos no Estado. São várias as cartas vindas da Inglaterra e França neste período.
Houve ainda larga atuação acadêmica junto às bancas examinadoras da Faculdade de Direito do Recife, avaliando grandes juristas das gerações seguintes.
15 anos de gestão entre 1930 e 1945 à frente do judiciário de Pernambuco. A Entrega do Palácio da Justiça. O mais longo mandato dos últimos 100 anos. Tempos de golpe, intervencionismo, ditadura, peste e guerra. Qualquer semelhança é mera coincidência com os tempos atuais? Não acredito que a história se repete, mas o ser humano - este sim - insiste em repetir os mesmos erros.
Des. Felisberto dos Santos Pereira, pelos seus exemplos de liderança e gestão à frente do TJPE, nestes tempos de escassez de líderes, a homenagem póstuma que lhe é feita pela Presidência deste tribunal e pelo Conselho da Magistratura nos inspira, renova e mantém acesa a chama da esperança em dias melhores para todos.
A família Santos Pereira agradece enormemente a preservação da sua história. E eu, em especial, a minha avó Yolanda e a minha tia avó Nazaré, por me transmitirem as suas memórias.
Eduardo José dos Santos Pereira de Hollanda Cavalcanti, advogado e bisneto do homenageado.